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A pessoa mais triste é sempre o artista. O artista que faz de sua arte um reflexo do que é viver. Música, poema, poesia, prosa, romance, cinema… Tantas formas, e uma só motivação: externar a dor para além do seu pranto.
Pega toda sua força criativa e solidifica todo seu sofrimento. Brinca que a realidade não passa de fantasia… Ironiza sua melancolia. Ri do impossível, se mata a cada lágrima… Ressuscita a cada verso, e morre novamente num excesso.
Mas a tragédia não está na tristeza da arte. Está na habilidade de sonhar uma vida inverossímil. Como se pudesse, ao sabor da fértil imaginação, viver tudo que a realidade lhe nega.
E ele, o artista, chega a ter ódio do que é capaz de sonhar. Uma esperança perversa que o faz acreditar no inacreditável. Que lhe arranca um sorriso do rosto, mas que não vale para nada.
E tudo que o sonho o ilude, ele contrapõe em sua arte. Faz dela uma dor pulsante, tão forte, como se esbravejasse ao sonho: eu não acredito em você!!
EU NÃO ACREDITO MAIS EM VOCÊ!!
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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