A comunicação médico-terapêutica é um fator fundamental durante todo o processo de tratamento e importante instrumento de trabalho das equipes de saúde, pois pode alterar quadros clínicos graves, em especial nos casos de pacientes com câncer ou HIV.

“As palavras, os gestos, o olhar e o silêncio podem ser mais analgésicos que o mais potente entorpecente ou mais cortante que o mais afiado bisturi. “Sendo assim, a eficiência da comunicação é definida pela habilidade do médico em conjugar o verbo “medicar” na primeira pessoa.

“O profissional precisa primeiro enxergar a si para entender as necessidades do outro.” Ou seja, o médico pode colocar os fatos de maneira gradativa, sem deixar a firmeza ou a verdade de lado, mas considerando, sobretudo, as condições do paciente para decidir entre o que ele e o que tem condições de ouvir. “Se o médico não souber avaliar a capacidade do paciente, fragilizado pela dor e o medo, vai apenas ampliar sua angústia e ansiedade.”

Às vezes, de imediato, o paciente não quer mais detalhes. A necessidade deles surge depois de suas reflexões e questionamentos internos, quando precisa ter preservada a verdadeira esperança de um possível controle da doença ou de esta possibilidade não lhe causar dor.

Portanto, a comunicação nas relações interpessoais em saúde é uma arte e uma ciência, uma ferramenta que, quando bem utilizada, faz toda a diferença – especialmente para quem luta contra uma doença sem chances de cura.

*Camiliano, pós graduado em Clinical Pastoral Education pelo S. Lukes’s Medical Center (Milwaukee, EUA). Professor doutor no programa de mestrado em Bioética do Centro Universitário São Camilo (SP) e autor de inúmeras obras na área da bioética, dentre as quais Bioética: um grito por dignidade de viver e co-organizador de Buscar sentido e plenitude de vida: bioética, saúde e espiritualidade.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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