O dia 25 de janeiro tem uma referência universal e uma referência local. A data recorda, para o mundo inteiro, a conversão do grande apóstolo de Cristo, que passou de Saulo a Paulo. Mas esta mesma data recorda também a fundação da cidade de São Paulo, em 1554, que iria se tornar a capital do Estado com o mesmo nome.
De tal modo que esta pode ser chamada de semana de São Paulo. Muita gente está prolongando o feriado, aproveitando a circunstância desta festa.
De tal modo que hoje podemos ter olhares diferentes, e complementares, diante da festa de Paulo. O fato mais consistente é, certamente, o episódio da conversão de São Paulo. Ele mostra quanto a graça de Deus pode agir no coração das pessoas que demonstram boa vontade, mesmo que às vezes incorram em equívocos, que precisam ser superados. Como foi o caso de Saulo, que se achava no dever de perseguir os cristãos, até que se deu conta do seu engano.
Em nosso tempo, a data da conversão de São Paulo esteve ligada a outro evento muito importante, que convém assinalar. Foi neste dia que em 1959, o Papa João 23 surpreendeu o mundo anunciando a convocação do concílio ecumênico, que seria realizado poucos anos depois.
Fazendo as contas, já olhando mais adiante, no ano de 2012 vão se completar 50 anos da realização da primeira sessão do Concílio Vaticano II. Em vista disso, as atenções já estão se voltando para esta data, todas se perguntando pelo verdadeiro alcance deste Concílio, que sem dúvida traz em si mesmo as sementes para uma profunda renovação eclesial, em vista das novas condições que a humanidade vive, mas cuja aplicação vem sofrendo progressivas resistências.
Para o início de 2012 está previsto entre outras iniciativas, um Congresso Teológico latino americano, promovido pela associação eclesial denominada “Ameríndia”, em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul.
Mas retornando à festa desta semana, percebemos que Paulo vem sempre associado a Pedro. A tal ponto que sempre que se lembra de Pedro, a Igreja recorda também Paulo. Foram os dois maiores apóstolos do início da Igreja, e ambos acabaram morrendo na capital do império.
Eles continuam nos dizendo que é preciso fazer como eles: levar o Evangelho ao centro da vida, ao cerne do mundo. Nem que para isto tenhamos que cair do cavalo de nossas antigas convicções, para perceber os novos apelos que hoje a realidade nos apresenta.
Que São Paulo nos ajude a descobrir os caminhos para onde Deus quer conduzir hoje sua Igreja.