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Enquanto o governo federal reservou 502 bilhões de reais para a aceleração do crescimento econômico, não se sabe quanto foi liberado para a erradicação da malária. O PAC será a maior parte do investimento financeiro na Amazônia, (rodovias, portos, hidroelétricas, telecomunicações, tudo que o Plano da Iniciativa de Integração regional Sul Americana, IIRSA exige). Enquanto isso, 98% dos casos de malária do país estão na mesma Amazônia.

Onde está a contradição do governo, ou que tem a ver uma coisa com a outra, PAC e MALÁRIA? Primeiro, que dinheiro há bastante, 504 bilhões de reais, segundo, que para o governo federal a Amazônia interessa enquanto eldorado de riquezas a serem exploradas para o crescimento econômico do Brasil, de lá de Brasília; terceiro que o governo faz questão de ignorar que existem 25 milhões de seres humanos nos estados da Amazônia e que, 307 mil desses seres humanos estão atacados de malária só neste ano. E que Porto Velho em Rondônia, Cruzeiro do Sul no Acre, Manaus, no Amazonas e Anajás no Pará concentram 25% dos doentes hoje infectados de malária.

Tudo isso confirma que as populações da Amazônia, para o governo federal e os políticos de plantão também da região, as populações daqui são detalhes descartáveis, obstáculos ao crescimento econômico do Brasil de Brasília. Muitos dos políticos e presidentes se desculpam que não foram eles que provocaram a miséria da malária na Amazônia. Tods eles prometeme prometem combater a epidemia perene na região. na realidade agora mesmo, na aldeia da missão Cururu dos mundurukus do Tapajós, a malária está atacando não há remédios suficientes para salvar os indígenas.

E quem vai resistir? Quem vai denunciar tal desprezo pelos povos da Amazônia? A população de Manaus parece estar feliz com o novo estádio de futebol em construção que custará milhões de reais, para a copa do mundo de 2014. Pão, circo e malária para os povos da Aazônia. E dane-se quem achar ruim pensam os políticos e governantes.

* Pároco diocesano e coordenador da Rádio Rural AM de Santarém.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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