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A leitura sempre foi um problema no Brasil. Lê-se muito pouco por aqui. Segundo uma pesquisa o brasileiro lê 1,8 livros por ano. É realmente entristecedor. Por isso, o governo federal, lançou em 2006 o Programa Nacional do Livro e Leitura, o PNLL, que consiste numa intenção de realização de – pasmem! – 185 ações para aumentar este índice.

Mas lendo sobre algumas dessas possíveis ações do Programa não vislumbrei avanços nesta questão. E tudo porque penso que o cerne da mesma não foi mirado. Explico: por que o brasileiro lê tão pouco? Simples. É porque não temos uma educação que realmente incentive este hábito e também porque a distribuição de renda no país é bastante injusta.

As pesquisas – quando existem! – são realmente desalentadoras. Por exemplo, a realizada pelo Centro de Estudos da Metrópole na grande São Paulo constatou que 32,3% daquela população com mais de 15 anos jamais pisaram numa biblioteca. Ora, para locar um livro numa biblioteca pública não se precisa de dinheiro, mas de gosto pela leitura.

Penso que se deveria contratar também contadores de história, tanto na alfabetização, quanto no ensino fundamental, a fim de se encantar e atrair a criança para o mundo dos livros e evitar este choque com a leitura que geralmente ocorre depois, principalmente na prova de redação do vestibular.

Porque a continuar assim, o velho pão e circo – no caso do Brasil, leia-se cachaça, futebol e carnaval – patrocinado pelos politiqueiros, é e vai continuar sendo todo o saldo de uma Cultura brasileira. Já que nestes três quesitos não é necessário saber ler e, muito menos, pensar.

Por fim, movimentos como o Literatura Urgente, encabeçados por escritores consagrados como Moacyr Scliar, Ignácio de Loyola Brandão, entre outros, deveriam somar esforços na cobrança de uma política educacional funcional, ao invés de solicitar apoio direto para o escritor. Escritor não precisa de apoio. Escritor precisa é de leitores. Quem precisa de apoio são as bibliotecas, as editoras, as livrarias e, principalmente, os eventos culturais que tenham um teor de acesso democrático ao bem cultural.

Isto feito, isto é, a educação formando verdadeiros cidadãos, leitores do mundo e dos livros e o sistema oferecendo acesso democrático aos bens culturais, teríamos, então, consumidores de livros e tudo o mais que se produza neste vasto mundo chamado Cultura.

Obs: Texto retirado do livro do autor – Surtos & Sustos
Imagem enviada pelo autor.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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