Jacinta Dantas 13 de dezembro de 2010

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Meninos-metade-homem-menino percorrem por trilhos na vida desengonçada. O corpo anuncia a entrada em mundos estranhos com pedregulhos sob os pés e – mesmo com espinhos no trajeto -não há como retroceder. Mesmo com espinhos no trajeto, é preciso seguir, mas os trilhos descarrilados não apontam caminhos e em espelhos embaçados não há o reflexo da lei que orienta. O grito, rouco e sufocante, implora por algo ou alguém que os façam parar. LIMITE é a palavra de ordem vigente, mas a falência escancara a fragilidade. No conflito o confronto e, no lugar onde se supõe resgate para o convívio social, o encontro com um outro igual. Iguais, na condição de fora de lugar, estranham-se no seu entre-lugar demarcado pela delinqüência que despersonaliza: Mais vale o líder que se impõe deixando de ser pessoa e se assume, diante do grupo, como o número que o destaca na infração; uma locomotiva sem freio e sem rumo que não reconhece alteridade. E tremem os trilhos enquadrados nos caminhos tortuosos.

… do menino-homem, no curto e trágico caminho percorrido, ficou o olhar nas mãos trêmulas de mãe.

Obs: Imagem enviada pela autora ( do foloblog uol)

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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