Rômulo Viana 30 de novembro de 2010

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Mas o que será o amor?

Ora… O amor é um fogo que arde sem se ver/ é ferida que dói e não se sente/ é um contentamento descontente/ é dor que desatina sem doer… É um não querer mais que bem querer/ é nunca contentar-se de contente. Mas antes de tudo, o amor é Divino. Pois poderia o homem ter fé tamanha, ao ponto de transpor montanhas, mas se não tivesse amor… nada seria. O amor é emanado de Deus. No entanto, nem todos os homens deixam-se seduzir por essa dádiva afetiva. Amar aprende-se! Eu amo, tu amas, nós amamos… E o melhor exemplo é o do próprio Cristo: “amai-vos uns aos outros, como eu vos tenho amado”.

E nos diversos sinônimos que se tem sobre o verbo amar, podemos aqui citar: o amor que se tem pelo animal de estimação: gato ou cachorro. O amor que se tem pelas coisas materiais; o amor que se tem pelo time de futebol, pelo cantor preferido, pela atriz da novela das nove etc. E de todos os amores possíveis que se possa ter ou sentir está o amor que une homem e mulher numa só estrada. Uma verdadeira prova de amor maior, pois há uma doação pela vida do outro: ambos compartilham a alegria e derramam-se em prantos na tristeza. Já não existe o Eu e nem o Tu. Vida e morte numa só alma!

E tudo é belo e tudo é mágico. Até as estrelas os enamorados são capazes de ouvir. “Pois só quem ama pode ter ouvido capaz de ouvir e entender estrelas”. Assim chegamos a uma das fases mais bela de um casal: o namoro; enamorar-se. Coisa que nunca pode acabar: a vida é um eterno namoro. Aliás, “o amor é a poesia dos sentidos. Quando existe, existe para todo o sempre e aumenta cada vez mais”. E amar é sempre ter a certeza de está na presença de Deus. Este é amor e quem permanece no amor, permanece em Deus e Deus nele.

Deve-se amar desde o momento em que se aprende até o último dia de vida. E aqui um alerta: os velhos também amam. Parece que para esses o único amor lhes permitido é o carinho que dão aos netos. Quando o vovô ainda mantém acessa a chama da paixão a primeira coisa que se diz é que o pobre está caduco. Para se amar não tem idade. Não tem modo. Aliás, “o modo pouco importa; o essencial é que saiba amar”. E agora…? E afinal… O que vem ser o amor? Só mesmo declamando aqueles versos de Vinícius de Morais:

Soneto de Amor Total

Amo-te tanto, meu amor… não cante
O humano coração com mais verdade…
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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