Jacinta Dantas 15 de novembro de 2010

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_ Eu quero ser ladrãããão…

ressoa em meio aos cheiros fortes do lixo que percorre o canal, numa voz sorridente, inquieta, fantasiando uma batalha no lugar onde se deposita tudo o que não se quer do lado de dentro. E, ali, onde o fora se confunde com o lado de dentro, na água apodrecida pelos descuidos de muitos, envolvem-se menino e cozinha nos cheiros misturados ao sabor do feijão, deteriorando possibilidades de sonhos.

_ Eu quero ser ladrão…

palavras que saltam com determinação na inocência de apenas 05 anos “vividos”, mas que já percebe a incursão de homens que se revezam em máscaras – caça e caçador – camuflando a dura e triste realidade daqueles que fazem do viver uma desventura na vida clandestina ou em amontoados de seres contidos à força.

Meu Deus! Há tão pouco tempo ele irrompeu, do conforto do útero materno, brotando para um mundo que deveria lhe reservar um universo de possibilidades. Mas, na brincadeira do assalto, a sedução:

_Eu quero ser ladrão.

No silêncio, o grito

Obs: Imagem enviada pela autora.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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