Jornalista, contista e romancista, Elizabeth Gilbert nasceu em Connecticut em 1969 e estudou Ciências Políticas na Universidade de Nova Iorque. Depois de formada, viajou pelo país inteiro, produzindo crônicas para jornais e revistas, de que resultaram em seu primeiro livro PEREGRINOS. Seu 2º livro teve o título HOMENS SEVEROS. O 3º foi O ÚLTIMO HOMEM AMERICANO. Depois desses três livros de sucesso editorial, ela obteve seu grande êxito com o livro de memórias “COMER, REZAR, AMAR, que ela define no sub-título como “A busca de uma mulher por todas as coisas da vida na Itália, na Índia e na Indonésia”. O livro já conta com 8,5 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo e uma versão cinematográfica, com a protagonista magistralmente interpretada por Julia Roberts, que também colhe êxitos pela telas do mundo.

A obra divide-se em três partes, seguindo as 108 contas do japa mala, espécie de terço dos hindus e budistas. São 36 histórias sobre a busca do prazer na Itália, 36 em busca da devoção na Índia e 36 na procura do equilíbrio na Indonésia.

O espaço (e o tempo que tive disponível) só me permitem alguns comentários do início do livro. Resolvendo um divórcio tumultuado e libertando-se de uma paixão inconsequente, com o dinheiro da demissão do emprego de jornalista, Elizabeth saiu sozinha pelo mundo numa viagem de um ano, para descobrir quem ela era e o que realmente queria da vida.. No início do livro, diz ela :“Nasci protestante, branca e anglo-saxã . Embora ame de fato aquele incrível mestre da paz, chamado Jesus, não me posso considerar cristã.” Ela acha que Deus está muito perto de nós, muito mais perto do que podemos imaginar, respirando através dos nossos próprios corações. “Reajo com gratidão a quem quer que tenha viajado ao centro desse coração e tenha voltado ao mundo com um relato para nós que ficamos, que Deus é uma experiência de amor supremo. Aos santos místicos que relataram essa experiência e muito deles acabaram presos e mortos, eu os tenho em altíssima consideração” – acrescenta.

No capítulo 4, como introdução, ela relata uma experiência em que diz que falou diretamente com Deus pela primeira vez. À noite, deitada no chão do banheiro de casa, desesperada por sua situação matrimonial, em meio a soluços arquejantes, ela disse algo assim: “Oi, Deus, tudo bem? Sou a Liz. Muito prazer. Desculpe incomodar o senhor tão tarde assim. Mas estou com um problema sério. E desculpe nunca ter falado com o senhor assim diretamente, mas espero de verdade sempre ter expressado minha gratidão por todas as bênçãos que o senhor me concedeu na vida. Não sou nenhuma especialista em oração, como o senhor bem sabe. Mas será que o senhor não poderia, por favor, me ajudar? Estou precisando desesperadamente de ajuda. Não sei o que fazer. Por favor, me diga o que fazer. E repeti inúmeras vezes: Por favor, me diga o que fazer. Então escutei uma voz. Como posso descrever o calor da afeição daquela voz ao me dar a resposta que selaria para sempre a minha fé no divino. A voz disse: Volte para cama, Liz, para que quando a tempestade chegar, você esteja forte o suficiente. Não chamaria isso, diz Gilbert, uma conversão religiosa no sentido tradicional, mas o início de uma conversa religiosa.

A busca da Sra. Gilbert de Deus e da paz pelos caminhos do mundo faz-nos lembrar as palavras de S. Agostinho em suas Confissões: “Inquieto está nosso coração enquanto não repouse em ti, Senhor!” e ainda: “Tarde te amei, ó beleza antiga e sempre nova. Tarde te amei. Estavas dentro e eu fora. E aí te procurava e lançava-me para nada belo ante a beleza que Tu criaste. Estavas comigo e eu não estava contigo.”

Em janeiro deste ano, Elizabeth publicou seu quinto livro “ UM CÉTICO FAZ AS PAZES COM O CASAMENTO”, que conta suas dúvidas sobre o matrimônio, depois que ela foi, como diz, “condenada a casar” pelo Serviço de Imigração Americano.. Assim, ela vive hoje com seu marido brasileiro na zona rural de New Jersey, enquanto prepara seu sexto livro..

(*) É arcebispo emérito de Maceió.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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