Esta campanha eleitoral, que está se concluindo, introduziu um fator novo, que compromete o exercício da própria democracia.
De maneira completamente impune, foi armado todo um esquema de demolição de uma candidatura, valendo-se da calúnia, difamação, mentira, e toda sorte de falácias enganadoras, sob o anonimato da intertet, e sem nenhuma ação da justiça eleitoral, que ignorou este fator como se ele não fosse altamente prejudicial para a prática da democracia.
Este fator precisa ser neutralizado pela força do voto. De tal modo que, nestas eleições, está em causa não só a eleição para a Presidência da República, mas sobretudo a salvaguarda do próprio processo democrático.
Antes de indicar a Presidência, o voto precisa expressar o repúdio a esses procedimentos antidemocráticos, usados impunemente para demolir a imagem de uma candidatura, na tentativa de inviabilizá-la eleitoralmente.
Este o fato. Se este procedimento prosperar, o processo eleitoral fica seriamente comprometido. As campanhas eleitorais se reduzirão à corrida para ver quem primeiro elimina impunemente o seu adversário.
A única arma para combater esta dinâmica deletéria é o próprio voto. E´ pelo voto que se frustram os intentos de eliminar arbitrariamente uma candidatura, valendo-se de expedientes difamatórios, caluniosos e injustos.
Cabe ao eleitor identificar qual a candidatura que foi vítima deste intento fascista. Pessoalmente, deixo ao eleitor a resposta a esta questão. Mesmo reconhecendo que este procedimento sujo e desonesto acabou abalando a consciência de muitas pessoas simples, que ficaram atordoadas, pela insistência das acusações e por sua gravidade. Mas prefiro apostar na capacidade de discernimento dos eleitores, e no bom senso que finalmente vai prevalecer, pois a mentira tem perna curta, e o feitiço pode se virar contra o feiticeiro.
Desta vez, portanto, com o voto, em primeiro lugar vamos desfazer o intento de quem procurou demolir uma candidatura. Esta candidatura acabou se tornando símbolo do repúdio a procedimentos que precisam ser extirpados. Votando nela, votamos contra as falácias desta campanha. Assim o voto adquire dupla finalidade.
Na verdade, além deste duplo valor do voto nesta eleição, ele tem uma terceira tarefa: reprovar de vez o intento de instrumentalizar a religião para fins eleitorais. Este também é um expediente que precisa ser extirpado do processo eleitoral brasileiro. E´ urgente rasgar as máscaras de muitos fariseus, que utilizam causas e posições religiosas para fins eleitorais, pretendendo-se detentores de poderes sagrados para manipular a consciência dos eleitores. Está mais do que na hora de abolir de vez este procedimento que já está ultrapassado há séculos.
Faço votos que tenhamos a lucidez de perceber o valor agregado que desta vez o voto vai assumir. E estejamos todos prontos para que, passado o processo eleitoral, possamos tirar desta campanha lições práticas que precisam ser transformadas em normas reguladoras das futuras eleições no Brasil. Para que, apesar de tudo, a democracia saia fortalecida!