Temos pela frente mais uma semana de campanha eleitoral, em segundo turno para a Presidência da República.
Viria bem a propósito uma sugestão: quem sabe nesta semana daria para regenerar a campanha, livrando-a de sua mediocridade, e de muitos equívocos que a caracterizaram até aqui?
Quem sabe, ainda daria para debater propostas concretas de governo para os próximos quatro anos, sem perder de vista, claro, as perspectivas de um projeto de Brasil a longo prazo. Realizar em torno destas propostas uma discussão franca, aberta, aprofundada, procurando garantir a viabilidade de tudo o que cada um pretende fazer.
A discussão poderia ser conduzida pelos dois candidatos, mas poderia se estender aos chefes dos partidos, visando o engajamento dos parlamentares para a formulação e execução dos planos de governo.
Poderia, poderia, poderia!
Mas infelizmente não vai acontecer. Está mais do que evidente que não existe ambiente para isto. A campanha já foi contaminada pelo vírus dos ataques pessoais entre os candidatos, na tentativa de desmerecer o adversário e solapar sua imagem junto aos eleitores.
Seria ingenuidade pensar que nesta última semana a campanha vai melhorar. Os ataques vão continuar, as tentativas de desestabilização também. Nada vai ser alterado. As eleições poderiam ser feitas neste domingo, embora cada lado esteja pensando como aproveitar estes dias que ainda faltam para talvez desferir um golpe mais certeiro que produza um efeito mais evidente, fazendo pender a balança para o seu lado.
Portanto, está anunciada mais uma semana de encenação inútil, de promessas infundadas. Esta campanha passará para a história como a mais suja já realizada no Brasil, levantando grandes apreensões sobre as futuras campanhas, se não forem tomadas em tempo sábias providências, a serem transformadas em leis claras e severas, capazes de coibir os abusos.
Dado que as coisas assim estão, vamos nos alertando para o exercício do discernimento. E´ importante conferir como é composta a pauta dos noticiários televisivos, a capa das revistas, a primeira página dos grandes jornais. Numa aparente e elegante neutralidade, vão desfilando em sequência matérias trazidas à tona e enfileiradas com o único escopo de desfazer a imagem do adversário. Sim, do adversário, porque os grandes meios de comunicação sabem muito bem escolher quem é o seu candidato, e quem é o seu adversário. E não vão poupar nenhum cartucho que julgarem capaz de causar estrago efetivo.
Esta é a realidade política neste país chamado Brasil.
O que fazer? Valorizar ainda mais o voto! E´ com ele que podemos frustrar quem faz da política um meio de conseguir o poder, para colocá-lo a serviço dos seus interesses pessoais e corporativos, instrumentalizando a fé e as instituições eclesiais.
O voto é nossa arma verdadeira. Ele é a pequena pedra que Davi colocou em sua funda, no combate contra o gigante Golias. A verdadeira vitória eleitoral, desta vez, não é em primeiro lugar “ganhar a eleição”, mas derrotar as trapaças eleitorais. Isto a gente faz demonstrando que votamos, não levados pelas falsas acusações que se propagaram em abundância nesta campanha, mas pela vontade livre de cada eleitor, definida a partir da proposta de governo que cada eleitor achar mais conveniente para todo o povo brasileiro e para o futuro do nosso país.