Aprendemos e repetimos que a vida é a arte do possível. Essa lição nos imobiliza e nos torna impotentes porque as pessoas assimilam o medo do impossível. Para quem acredita, uma atitude transformadora é afirmar que nossa vida é a arte de tornar possível o que interessa à felicidade dos humanos.

A experiencia mais vivida vemos que tudo se torna possível pela força, pela pressão, pelo convencimento ou pela esperteza. Mas, o que fazer, no cotidiano, com um caso concreto de uma fatalidade, de um fato consumado? O mais comum é lamentar, esbravejar, resignar-se ao destino e desanimar.

Sem negar os vários caminhos de mudança, nem limitar-se ao idealismo dos livros de autoajuda que enfatizam a vontade, que tal a ousadia da criatividade de transformar o limão numa limonada? A criatividade não se entrega, faz da fraqueza, força e cria saídas aparentemente inexistentes.

Existe coisa mais estressante que esperar por alguém que atrasa? O comum é impacientar-se, enervar-se, xingar e até desistir. Tem gente que desafia a irritação lendo seu livro preferido, sem conformar-se com a irresponsabilidade. Afinal, irar-se faz mal à saúde e turva a capacidade de inventar.

Por isso, chorar sobre o leite derramado e experimentar frustrações tornaram-se momentos férteis. É uma sabedoria extrair da derrota um exemplo, da dor um projeto de vida, do amargo da cerveja um sabor, da pimenta um prazer, do cansaço da corrida um lazer, da carência um hino de amor.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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