Djanira Silva 5 de outubro de 2010

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          Não sei onde começa nem onde termina teu mundo. Se ao menos soubesse onde estás, mandaria o pensamento passar por lá, de vez em quando, para ter ver novamente.

         O veneno da tua ausência contamina minha alma e a saudade se transforma numa ameaça de morte. O vírus inoculado se multiplica e me divide.
          Vivo sem claridade, na opressão do silêncio, silêncio que apagou o mundo num anoitecer prematuro.
          Entro no mistério dos espelhos. As dúvidas e as dívidas me coagem. Tudo quanto não sei de mim está enterrado na agonia de almas queimadas no Apocalipse.
          Sequestro as idéias. Obrigo-as a pensar. Seqüestro relâmpago que não dá certo. Desfaço sonhos como se apagasse erros. Alguns me ameaçam: voltarão com a saudade.
          Sei que pertenço ao mundo, sou de algum lugar, não estou perdida, nem esquecida, nem escondida.

          Vou e volto. Não posso ficar. Decreto a morte de preconceitos, de leis, de mandamentos. Obedeço à minha desobediência.
          Livre de freios despenco ladeira abaixo sem me importar com as pedras que rolam atrás de mim.
          Alma infiel. Para não sofrer, foge em busca de sonhos.
          Não tenho medo, descartáveis, substituidos nunca serão iguais.
          O esquecimento me apaga dentro de mim e me destroi nos espelhos.
          Na parede o quadro negro.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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