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Inaugura-se no Caldeirão um estilo diferente de educação. Um estilo de educação capaz de superar o grave problema da fome que sempre assolou a região. Uma forma e educar que se distancia do individualismo bem apropriado de nossas instituições de educação e do espírito de competição em que, desde cedo, os alunos são treinados em suas respectivas escolas. O Caldeirão era uma escola sem currículo acadêmico, sem horário escolar, sem um prédio específico, sem professor ou mestre profissional e sem livro determinado. Na realidade, Caldeirão era uma grande escola que educava as 24 horas do dia e da noite através do engenho de rapadura, do tear, do tingidor, da roça e da casa de farinha. Não era uma escola para uma determinada categoria de pessoas, mas uma escola para todos: homens, mulheres e crianças. Pelo tipo de conhecimento ministrado ali, pelos mais diversos mestres, pode-se até dizer que se tratava de uma universidade, no genuíno sentido da palavra. Aprendia-se desde a mais simples receita de cozinha até os mais complicados usos da medicina caseira. Um retrato dessa universidade viva é mostrado pela pesquisadora Veralúcia Maia:

Fabricavam-se machados, foices, ancinhos, martelos e todos os instrumentos necessários à vida do campo. Os tecidos que vestiam, redes e lençóis eram obtidos nos teares domésticos; além do tingimento dos tecidos, confeccionavam as roupas em máquinas de costura. Existiam oficinas de carpintaria, funilaria e curtumes, ferraria etc. Tudo era fabricado no Caldeirão: as canecas de água, chaleiras, cuscuzeiras, litros de medição e candeeiros etc. No curtume, tratavam o couro para o fabrico das selas para os cavalos, arreios, gibões, alforges, sapatos, alpargatas, chinelos de riacho. Na carpintaria, além dos móveis simples das casas, os artesãos fizeram também os móveis da capela”

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