Desta vez tive a alegria de estar em Manaus, onde fui pregar o retiro para os seminaristas e concluir o retiro participando junto com eles do Grito realizado no dia 07 de Setembro, à tarde.
Foi muito bonito e impressionante. Pessoalmente pude fazer a ponte entre o primeiro Grito e o Grito deste ano, me encontrando lá na Amazônia. Pois 15 anos atrás, quando surgiu a idéia de fazermos o “Grito dos Excluídos”, naquela época já havia o “Grito da Amazônia”, e foi este “Grito da Amazônia” que propiciou a inspiração de fazermos, por que não, o “Grito dos Excluídos”.
Estando lá na Amazônia, me dei conta melhor de como o Grito dos Excluídos se tornou a expressão de todos os gritos que nosso povo sente a necessidade de fazer! E neste ano tive a alegria de comprovar como o Grito ainda é válido. Vendo a maneira alegre, consciente e bem organizada, do Grito realizado lá em Manaus, me dei conta da força, da mística e do sentido que possui o Grito.
Enquanto o povo ia se aglomerando no local da concentração, nas proximidades do terminal rodoviário da cidade, iam se sucedendo as denúncias, bem elaboradas, concretas, ligadas a problemas vividos pelos habitantes, sobretudo, das periferias de Manaus. Aí fiquei pensando: se não fosse o Grito, quem iria levantar estas denúncias?
O Grito se tornou uma plataforma política de inestimável valor para o exercício da cidadania.
Depois foram apresentadas diversas encenações, com a presença marcante de adolescentes e jovens, que souberam expressar suas denúncias de maneira artística.
O Grito conseguiu despertar o interesse da imprensa, que se fez presente, e pôde em todo o caso constatar que o Grito tem substância e é um fator muito positivo para o povo expressar seus anseios no dia da Pátria.
Assim, minha viagem a Manaus foi melhor do que esperava: deu para fazer um retiro muito bom com os seminaristas da Amazônia, que estudam no Seminário de Manaus, e deu para participar junto com eles do Grito dos Excluídos.
Foi muito bom!