Malu Nogueira 20 de setembro de 2010

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Um bogari seco, dentro de uma caixa,
Foi guardado por mais de setenta anos,
Essa pequena flor
Foi portadora da reconciliação entre dois jovens:
O mancebo arrependido por um ato impensado
Pegou a aliança devolvida pela amada
Colocou-a na haste do bogari,
Como um silencioso pedido de perdão,
O bogari branco, viçoso, foi testemunha.
Pedra angular da futura família que veio a formar-se,
Depois que a namorada perdoou o desvio do amado,
O cheiro do bogari adornou a igreja
Quando do sim definitivo,
Foi o cheiro sentido na felicidade desfrutada
Pelos namorados nas terras da Boa Vista, do Vale do Pajeú
E nas estradas afogadas pelo perfume do bogari
Que sobreviveu e, hoje, esse bogari ainda existe,
Ultrapassou em existência aos jovens,
Que riscaram os céus e se perderam no rabo do cometa,
Que transformou seus corpos no pó misturado pelo vento.
Só restou o cheiro do bogari,
As alianças douradas
E a história desse amor.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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