Djanira Silva 30 de agosto de 2010

[email protected]
http://blogdjanirasilva.blogspot.com/

          Salva-me, nestes momentos obscuros, uma pequena luz que ainda teima em permanecer acesa – a sombra da lamparina que iluminou a minha infância e desenhou minha inocência no branco das paredes.
          Folheio minha alma e as páginas queimadas pelo tempo ameaçam se desfazer com a dor de mais uma lágrima, chorada por lembranças, que nunca terminam de morrer.
          Nunca te disse nada. Guardei por tanto tempo um amor que deveria ter dito, um grande amor feito de pequenas coisas, de sentimentos leves e simples que eu poderia ter transformado em verdade.
          Ventos parados, águas turvas, caminhos destorcidos. Só a luz da lamparina permanece acesa, maculada, mergulhada numa penumbra onde a infância me parece irreal.
          Nunca te disse nada e nada é tanta coisa…
          Quem apagará esta escrita desconhecida que nunca consegui decifrar? Chorar não é resposta, é pergunta. Uma pergunta que me faço quando os silêncios se digladiam desesperados no castigo das esperas.
          Sei que não há volta. Infelizmente sei.
          Quem acreditará na dor deste silêncio?

Obs: Imagem enviada pela autora.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


busca
autores

Autores

biblioteca

Biblioteca

Entrelaços do Coração é uma revista online e sem fins lucrativos compartilhada por diversos autores. Neste espaço, você encontra várias vertentes da literatura: atualidades, crônicas, reportagens, contos, poesias, fotografias, entre outros. Não há linha específica a ser seguida, pois acreditamos que a unidade do SER é buscada na multiplicidade de ideias, sonhos, projetos. Cada autor assume inteira responsabilidade sobre o conteúdo, não representando necessariamente a linha editorial dos demais.
Poemas Silenciosos

Flickr do (Entre)laços
[slickr-flickr type=slideshow]