“Porque nada podemos contra a Verdade, senão em favor da própria Verdade.

(Carta do Apóstolo Paulo à Igreja de Corintos, em 57 d.C.”

Como temos denunciado, pormenorizadamente, na série de artigos “O Cristianismo na Era do Estado do PT e do Governo Lula (2003-2010): uma análise reflexiva do processo de desconstrução dos preceitos e conceitos do ‘logos’ e do ‘ethos’ Cristão empreendido pelas políticas públicas do PT e do Governo Lula”, nos últimos oito anos, temos visto uma avalanche de políticas públicas e projetos de lei que, em si, visam à desconstrução (ou mesmo destruição, no sentido preconizado pelo filósofo ateísta Martin Heidegger) dos valores cristãos a respeito da Vida e da Família. Assim, como temos demonstrado e analisado na série citada, foram propostos pelo PT (Partido dos Trabalhadores) – seja no plano legislativo, seja no plano executivo federal – projetos de lei e programas de governo que visam à promoção do aborto, do homossexualismo (como o caso da promoção do homossexualismo nos livros didáticos de crianças e adolescentes e o financiamento público de paradas gays em todo o país), da derrocada do casamento (com projetos como o divórcio instantâneo) e da família tradicional, contrários à liberdade religiosa (como o caso do PL 122/2006), contrários às liberdades de pensamento, de opinião e de imprensa (como o caso do PNDH-3), entre outras aberrações político-jurídicas, altamente, anti-cristãs.

Assim, o quadro, sob o prisma da moral cristã, é estarrecedor e estupefaciente. Mas, pior que o quadro em si, é a realidade causal do mesmo, isto é, é entre os próprios “cristãos” e suas instituições onde encontramos alguns dos principais artífices, projetistas e colaboradores do governo Lula e do PT, exemplo gratia, CNBB, Igreja Universal e etc. Muito pior ainda é ver, depois de tanta apostasia ao cristianismo nesta Era do PT e do Governo Lula, novamente alguns desses mesmos “cristãos” (que mais se assemelham a pseudos-cristãos), exemplo gratia, Heleno Silva, Mardoqueu Bodano, Jony Marcos, entre tantos outros – seja no plano federal, seja no plano local – continuarem a apoiar a escalada totalitária e anti-cristã do Partido dos Trabalhadores.

Mas graças a Deus, existem cristãos de Verdade, da Verdade e para a defesa da Verdade, que não se renderam, nem negociaram os valores supremos e absolutos do Evangelho de Jesus Cristo. Aqui em Sergipe, temos importantes sacerdotes católicos que são firmes nas suas convicções cristãs e que, por assim serem, não cedem um til ou uma vírgula às artimanhas e tentações do poder político. Por isso mesmo, já começaram a orientar seus rebanhos e ovelhas no sentido de em quem não votar nas próximas eleições, porque estes que se enquadram nesta orientação, por certo, são candidatos que pertencem a partidos com ideais e projetos políticos notadamente anti-cristãos. E como o mandato (presidencial, governamental, congressista nacional, assembleísta estadual) pertence ao partido e não ao candidato – conforme decidiu o Tribunal Superior Eleitoral – é ilusão votar num candidato cristão que seja membro de um partido anti-cristão, porque, aquele, o candidato cristão, se votar contrariamente à orientação do partido no exercício das suas funções, pode ser expulso pelo mesmo e assim perder o seu mandato.

No plano nacional, podemos destacar como Católicos de Verdade, da Verdade e para a Verdade, o Pe. Paulo Ricardo (http://padrepauloricardo.org/cnp/), da Arquidiocese de Cuiabá (Mato Grosso), que tem se destacado na apologética da fé cristã e na defesa dos valores da vida e da família, assim como o Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz, do movimento Pró-Vida de Anápolis (http://www.providaanapolis.org.br/), que luta incessantemente contra as políticas públicas abortistas do atual governo. Mas, ao fim do ensaio desta semana, gostaria de destacar a coragem do Bispo de Guarulhos (São Paulo) – D. Luiz Gonzaga Bergonzini – que, firmemente, posicionou-se contra a anti-cristandade do governo petista e assim tem orientado seus fiéis. Indubitavelmente, um exemplo a ser seguido.

Se em Sergipe, os nossos sacerdotes católicos e pastores evangélicos (refiro-me aos cristãos de Verdade, da Verdade e para a Verdade) assim o fizerem, os cristãos, como se espera que seja, constituir-se-ão no grande diferencial eletivo das próximas eleições para presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual.

Destarte, encerro com as palavras contundentes e corajosas deste católico de Verdade, da Verdade e para a Verdade, D. Luiz Gonzaga Bergonzini – Bispo de Guarulhos –, as quais subscrevo in totum:

“Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”
“Com esta frase Jesus definiu bem a autonomia e o respeito, que deve haver entre a política (César) e a religião (Deus). Por isto a Igreja não se posiciona nem faz campanha a favor de nenhum partido ou candidato, mas faz parte da sua missão zelar para que o que é de “Deus” não seja manipulado ou usurpado por “César” e vice-versa.

Quando acontece essa usurpação ou manipulação é dever da Igreja intervir convidando a não votar em partido ou candidato que torne perigosa a liberdade religiosa e de consciência ou desrespeito à vida humana e aos valores da família, pois tudo isso é de Deus e não de César. Vice-versa extrapola da missão da Igreja querer dominar ou substituir- se ao estado, pois neste caso ela estaria usurpando o que é de César e não de Deus.

Já na campanha eleitoral de 1996, denunciei um candidato que ofendeu pública e comprovadamente a Igreja, pois esta atitude foi uma usurpação por parte de César daquilo que é de Deus, ou seja, o respeito à liberdade religiosa.

Na atual conjuntura política o Partido dos Trabalhadores (PT) através de seu IIIº e IVº Congressos Nacionais (2007 e 2010 respectivamente), ratificando o 3º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH3) através da punição dos deputados Luiz Bassuma e Henrique Afonso, por serem defensores da vida, se posicionou pública e abertamente a favor da legalização do aborto, contra os valores da família e contra a liberdade de consciência.

Na condição de Bispo Diocesano, como r e s p o n s á v e l pela defesa da fé, da moral e dos princípios fundamentais da lei natural que – por serem naturais procedem do próprio Deus e por isso atingem a todos os homens -, denunciamos e condenamos como contrárias às leis de Deus todas as formas de atentado contra a vida, dom de Deus, como o suicídio, o homicídio assim como o aborto pelo qual, criminosa e covardemente, tira-se a vida de um ser humano, completamente incapaz de se defender. A liberação do aborto que vem sendo discutida e aprovada por alguns políticos não pode ser aceita por quem se diz cristão ou católico. Já afirmamos muitas vezes e agora repetimos: não temos partido político, mas não podemos deixar de condenar a legalização do aborto. (confira-se Ex. 20,13; MT 5,21).

Isto posto, recomendamos a todos verdadeiros cristãos e verdadeiros católicos a que não dêem seu voto à Senhora Dilma Rousseff e demais candidatos que aprovam tais “liberações”, independentemente do partido a que pertençam.

Evangelizar é nossa responsabilidade, o que implica anunciar a verdade e denunciar o erro, procurando, dentro desses princípios, o melhor para o Brasil e nossos irmãos brasileiros e não é contrariando o Evangelho que podemos contar com as bênçãos de Deus (…).
D. Luiz Gonzaga Bergonzini – (http://www.diocesedeguarulhos.org.br)

(*)Uziel Santana dos Santos
[Professor da UFS, Advogado, Mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco e Doutorando em Direito pela Universidad de Buenos Aires]
http://www.uzielsantana.pro.br
e-mail: [email protected]

Artigo publicado no Jornal Correio de Sergipe em 23 de julho de 2010.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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