O existir constitui uma seqüência imprevisível de alegria e tristeza, sucesso e fracasso, sofrimento e felicidade, mas sobrepujando toda essa realidade, participar do MILAGRE DA VIDA, é um privilégio.
    Belos e encantadores, são os dias da infância e juventude!…
    Equilíbrio e realismo envolvem os adultos.
    E o que dizer da velhice? Segundo o grande escritor italiano Giovanni Papini, a velhice é o Calvário da vida.
    Sem querer chegar ao exagero desta afirmativa, temos que admitir esta fase da vida, como sujeita fatalmente a profundas limitações físicas e mentais. É verdade, que há os predestinados que atingem expressivo patamar de idade, desfrutando quase totalmente, de suas faculdades. Citemos o nosso inesquecível Dom Helder Câmara, o imortal Barbosa Lima Sobrinho e outros.
    “O tempo é inexorável. Passa igual para todos”.
    Precisamos olhar, aceitar e vivenciar o “acúmulo dos anos” como uma bem-aventurança, uma graça do Céu, uma benção divina, um estocar privilegiado de experiência, sabedoria e conselhos transmitidos prodigamente aos mais novos. Até a sabedoria popular exalta “o antigo” quando afirma: “Vinho e amor, quanto mais velho melhor”. E o próprio Deus distingue a idade avançada, confiando a Abraão, Moisés, Noé e demais Patriarcas, importantes missões, em favor da humanidade.
    Os idosos formam geralmente, aquele bondoso elenco, que durante toda a sua trajetória na terra, proporcionaram generosamente muito trabalho, preocupação, ternura, riqueza, vida e amor, a filhos, netos, sobrinhos, esposos, irmãos e todos que os cercam.
    É realmente difícil e incompreensível, para crianças e jovens, que não foram adequadamente preparados, aceitar a figura decadente do idoso, desgastado do frescor e encanto passados. É às vezes, acrescido de deformações patológicas e outros males, discriminado-o e isolando-o.
    Entretanto, esta é a pessoa que está a reclamar merecidamente de todos, assistência, carinho, proteção, AMOR, O AMOR, como sabemos, suprime milhões de coisas.
    É cruel, é doloroso, é simplesmente INJUSTO, dispensar “ÀQUELE que tantas folhinhas já destacou do calendário”, um tratamento frio, desumano, omitindo-lhe atenção à saúde, repouso, à dignidade e até à própria vida.
    Se jurista, enquadraria entre “os crimes hediondos”, o abandono físico e afetivo ao idoso, confinando-o muitas vezes num quarto de quintal ou transferindo-o para um ABRIGO particular ou do Poder Público, privando-o melancolicamente do maravilhoso sabor do convívio familiar. É verdade, que muitos, não tem mais família. Estão sozinhos no mundo!… Para estes, mais ainda desvelo e atenção!…
    Todos nascem, crescem, vivem, envelhecem e morrem.
    Os jovens e adultos devem cuidar daqueles que já os precederam “NO PÓDIO DO VIVER”, pois talvez, AMANHÂ, desejarão e precisarão que alguém os assista em suas necessidades.
    Queremos repetir que os “DETENTORES DE LONGA EXISTÊNCIA” constituem uma invejável reserva de experiência e sabedoria, podendo-se até afirmar: “A VELHICE É A JUVENTUDE FANTASIADA DE EXPERIÊNCIA”.
    Alegremo-nos com a vida prolongada e feliz!…

(*) Autora do livro – Retalhos do Coração.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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