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Diria o poeta: “mudou o mundo ou mudei eu?” Já o político dirá: “mudou o eleitor e eu não sei mudar meu jeito de fazer campanha?” Antigamente era mais fácil se fazer campanha política, haviam os currais eleitorais, os cabos eleitorais que faziam seu pé de meia com dinheiro do candidato para puxar votos. Quem tinha mais dinheiro ou cargo político comprava votos a troco de algum favor.

Hoje a situação mudou. Os e as eleitoras, ou ficaram mais espertos no negócio do voto ou estão mais esclarecidos sobre cidadania, e já não se deixam levar pelo oportunismo dos candidatos. Já não querem mais ser enganados com limpeza de ramais, inauguração de uma escola, posto de saúde ou outra abobrinha. Muitos eleitores não se iludem mais com promessas de campanha.

Hoje, o Presidente da República, grande cabo eleitoral, está em Altamira anunciando bilhão de reais em obras e confirmando a construção da hidrelétrica de Belo Monte. Mas fica sabendo da reação de parte da população que rejeita suas ofertas de campanha eleitoral; em cidades do Estado do Acre, comunidades bloqueiam rodovias em protesto contra promessas não cumpridas por autoridades políticas.

Em Santarém, hoje aniversário da cidade, que poderia ser fraternidade total, haverá várias manifestações de protesto por inconformismo de vários grupos e organizações da cidade.

E assim, vão se multiplicando as manifestações de cidadãos que não se deixam mais levar por discursos empolgados de políticos. Mesmo obras apressadas em véspera de eleições; como a chegada de cinco máquinas de hemodiálise, em Santarém, já não rende votos, pois chegam atrasadas e a custa de pressão popular.

Políticos em campanha eleitoral sentem que não se ganha mais eleição em currais eleitorais porque aqui no Norte eles não existem mais. Mudou o mundo e mudou a cabeça do eleitor. Seduzir os eleitores está mais difícil.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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