Ao completar 50 anos de existência, a Diocese de Jales pode reencontrar os sulcos de sua história, e perceber os passos importantes que ela foi dando ao longo de sua trajetória.
Como a Diocese está em função da região onde está implantada, primeiro é preciso constatar como se formou a região, que depois seria assumida como diocese.
Pois bem, este extremo noroeste paulista, na fronteira com o Mato Grosso e com o Triângulo Mineiro, ficou em letargia durante longo tempo, como “sertão desconhecido”, enquanto do outro lado do Rio Paraná, no atual Mato Grosso do Sul, com muita antecedência foi se formando o aldeamento, tendo como ponto de referência a localidade de Paranaíba, que já contabiliza mais de duzentos anos de história, ao passo que do lado de cá, no Estado de S.Paulo, a ocupação do território não passa de oitenta anos.
Em compensação, quando por aqui começou o povoamento, ele se expandiu rapidamente, aproveitando os ventos favoráveis do impulso para o oeste – a “marcha para o Oeste” – incentivada por Getúlio Vargas, coincidindo com a implantação da estrada de ferro, que serviu de “caminho da roça”, para quem vinha para estas bandas com o intuito de comprar seu pequeno pedaço de terra para trabalhar como agricultor autônomo. .
Desenhada a fisionomia da região pela presença marcante de migrantes filhos de italianos e de espanhóis, e de valentes nordestinos, a Igreja intuiu que podia apostar na região, constituindo-a em diocese, mesmo nas condições de precárias estruturas eclesiais, tanto que foi necessário criar doze paróquias num mesmo decreto datado de 19 de março de 1958, com o evidente intuito de dotar a futura diocese de uma rede mínima de paróquias que justificasse o pedido de criação da nova diocese.
Decidida a criação da diocese, por decreto do dia 12 de dezembro de 1959, dia de Nossa Senhora de Guadalupe e no ano do anúncio do concílio, tendo Jales como sede, a diocese foi oficialmente implantada no dia 15 de agosto de 1960, com a presença do Núncio Apostólico D. Armando Lombardi.
A partir daí, a data de 15 de agosto pintou como emblemática dos passos que iriam cadenciar a história da Diocese de Jales.
A começar, então, pela posse do primeiro bispo, D. Artur Horsthuis, no dia 15 de agosto de 1960, dia de Nossa Senhora da Assunção, a padroeira escolhida pelas missionários assuncionistas, que vinham trabalhando há mais tempo na região.
Pela importância do evento, no município de Jales, a partir de então, o dia 15 de agosto passou a ser feriado municipal, em reconhecimento da importância de Jales ter sido escolhida como sede da diocese.
Na década de setenta, outro acontecimento foi agendado para o dia 15 de agosto. Foi em 1975, quando da inauguração da nova catedral, construída no tempo do segundo bispo Diocesano, D. Luiz Eugênio Perez.
E logo no início da década de oitenta, o dia 15 de agosto de 1982 foi de novo marcado como data importante, pela posse do terceiro bispo diocesano, que teve que acelerar o passo para chegar em tempo para a data que já estava marcada como simbólica.
Em 15 de agosto de 1985 foi celebrado o jubileu de prata da diocese, com a presença dos bispos da Província, em festa que se desdobrou até o domingo seguinte, dia 18 de agosto, quando foi realizada a primeira “romaria diocesana”, com a reimplantação ao lado da catedral do cruzeiro de fundação da cidade.
Daí em diante, o dia 15 de agosto, cada ano, vem servindo de referência para marcar as datas das romarias, que recolhem os eventos importantes de cada ano, e os celebram de maneira consciente, em sintonia com as preocupações da Igreja e os problemas da sociedade.
Para confirmar a importância desta data, por coincidência, no ano em que a Diocese completa 50 anos de existência, o dia 15 de agosto cai de domingo, facilitando a celebração do seu jubileu de ouro num dia que por si próprio já expressa a história da diocese.