resomar 10 de maio de 2010

 

Talvez a inquietude do sentimento atravesse tua serenidade,
impressões sombrias e assustadas na nulidade da espera…

Na balada de sons indecisos teus passos exalam a futilidade de um instante vazio,
amarga presença da saudade,
pegadas impregnadas no silêncio que se fez marca como a morte prematura…

Talvez a injustiça grite a traição de valores amordaçados,
mentiras sussurradas na madrugada sonolenta,
lábios anestesiados em pulsações frustradas,
outono prisioneiro de teu olhar desfigurado…

Por um momento dedilhei a primavera na solidão,
recordações de tuas mãos entrelaçadas em sonhos,
diferentes versões da vida,
fronteiras ultrapassadas na luta interminável,
fendas endurecidas,
unidade sem perspectivas de coerência…

Talvez o absurdo se transfigure na esperança lúcida,
aprendizagens conjugadas em circuntâncias desprezíveis e suadas,
aparentes fatalidades trêmulas e despidas de beleza…

Nas reticências de tuas palavras a fuga de confrontos,
pele rasgada,
alma fatigada imersa no mistério estranho de desejos,
impulsos da eternidade no último beijo fotografado…

Talvez o sol aqueça os ruídos da melancolia,
lágrimas de enganos,
abandono de estrelas na sedução do entardecer,
sangue espalhado no chão pisoteado,
pupilas ardendo em busca de acalanto…

Intacta (in)diferença habita em teu corpo,
cordas retalhadas em súplica acenam despedidas,
fogo negro a brotar dos jardins sem girassóis e sorrisos…

Talvez acredites que nada é para sempre…

15.03.2010 – 09:35h

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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