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um poema passante
andou por aqui:
lembrou-me um tempo
de sopros de flauta
que foi, evadiu-se
pra onde, não sei.

quis chamá-lo – ô poema!
me leva contigo aonde
tu fores, te quero seguir
mas ele, nem-nem,
passou e se foi
pra onde, não sei.

largado, meu corpo
se queixou de cansaços,
me fez cara má
e enfezado me disse:
– pois deixes que vá!

assim, me quedei
sem flauta e sem tempo
sem poema e sem nada
somente com o corpo
que sem graça repete:
– pois deixes que vá!

e eu, cá comigo:
pra onde, não sei.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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