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A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB é considerada uma das mais progressistas conferências episcopais do mundo católico. Na segunda metade da época da ditadura militar, foi a voz dos sem voz e sem vez no Brasil. Com a abertura democrática, a partir de 1985, o episcopado brasileiro esfriou um pouco em seu compromisso com a fé em Cristo libertador e a luta pela justiça social e política.

Nesta primeira década do novo milênio, a CNBB voltou a se engajar mais na defesa da vida, da justiça social e do meio ambiente. Surgiu inclusive, a pastoral da Amazônia a nível nacional.

Não tem sido um avanço consensual dessa ligação entre a fé e a vida no episcopado, o conservadorismo de estilo renovação carismática tem presença forte. Mas a CNBB continua uma entidade respeitada e referencial junto às autoridades públicas, os meios de comunicação social e também junto aos movimentos sociais organizados. Sua liderança tem sido forte nas lutas contra a ALCA, no plebiscito pela moralidade na política, na criação da lei anti corrupção, no plebiscito pela re estatização da Companhia VALE e mais recente, no plebiscito de 1 milhão e 600 mil assinaturas pela lei da ficha limpa. Tudo isso marca a liderança do episcopado brasileiro na sociedade.

Na recém concluía assembléia da CNNB foi aprovado mais um documento sobre a necessidade de moralização da política brasileira. Com o título Por uma reforma do Estado com participação popular, os bispos buscam o fortalecimento da democracia direta e o aprimoramento da democracia representativa, nas palavras do arcebispo de Manaus, Dom Luiz Soares, vice presidente da CNBB. Em outras palavras, os bispos, não confiam mais nas ações de boa parte dos políticos do congresso nacional, com tantos parlamentares envolvidos com a ficha suja, comprometidos com interesses de grupos e empresas exploradoras de mão de obra e conchavos nem sempre éticos.

Os bispos sugerem que os votos nos plebiscitos populares sejam tão respeitados por lideranças políticas, quanto as leis criadas pelo congresso nacional. Segundo Dom Luiz Soares, a esperança é que a lei de ficha limpa traga frutos bons para a vida política do país. Segundo o vice presidente da CNBB, o país precisa aprofundar as reformas políticas.

A CNBB ainda tem manifestado compromisso com a ética na vida pública. A nova lei da ficha limpa pode ser o começo de uma reforma ética no comportamento dos políticos brasileiros e a CNBB tem muito a ver com tal movimento. Mesmo sabendo desta força moral, está crescendo a presença de bispos que preferem cuidar de liturgia desligada da realidade e de um espiritualismo desligado da vida do povo. O que não foi esse o exemplo e ensinamento deixado aos discípulos pelo mestre Jesus Cristo.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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