Em 1989 quando Sarney era presidente do Brasil e Lula candidato à presidência, Balbina, hidrelétrica construída no município de Presidente Figueiredo, estado do Amazonas começava seu trabalho de produção de energia. O então candidato, naquele ano visitou a usina de Balbina. Representantes da região salientaram a Lula que o projeto foi um erro histórico no Brasil, pois ao ser instalada no rio Uatumã, a usina acarretou imensos danos a região e inundou grande parte da reserva dos índios Waimiri-Atroari, Lula ao ouvir tais relatos ficou indignado, ressabiado. Lula, tu como presidente, podes hoje saber que sentimentos perpassam numa grande parte do povo brasileiro em relação a Belo Monte? Será que devemos ficar em pé e aplaudir tua insanidade? Possivelmente, muitos brasileiros não farão isso, mas sentirão a mesma indignação que sentistes em Presidente Figueiredo-AM.

Uma expressão dita por um militar em relação aos povos amazônidas nunca sairá de nossa memória: “Quando se quer fazer alguma coisa na Amazônia, não se deve pedir licença: faz-se”. O projeto de Belo Monte deixa-nos muito claro que Estado autoritário brasileiro continua vivo, mesmo em um governo oriundo da base. O atual presidente não sensibilizou o Estado nacional.

Por isso, fica novamente claro que temos que aceitar o projeto de Belo Monte como uma fatalidade histórica. Pois os governantes e a iniciativa privada não se importam com os impactos ambientais incalculáveis que um projeto dessa magnitude virá causar, mas sim com os exorbitantes lucros que hão de vir. Logo, assim como houve Balbina, há Belo Monte intelectuais e estudiosos que alertam para as questões ambientais e socioeconômicas e não são ouvidos. É a insensibilidade que assusta!

Belo Monte tende a ser mais um mega projeto consumado à revelia das populações ribeirinhas, dos povos indígenas, dos intelectuais, enfim do povo brasileiro, que quer ver o Brasil crescer, mas que não deseja repetir os erros históricos que pensam nos ombros da história de nosso país até os dias atuais.

Portanto, sei da beleza que impera no Rio Xingu e conheço a alegria que reluzente que há no rosto dos povos que vivem naquela região. No entanto, não acredito que Belo Monte manterá a beleza e a alegria contagiante da região e dos povos. Então lhe faço uma questão senhor presidente, porque a insanidade impera nos presidentes?

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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