Uma Associação a Serviço do Próximo

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A  Associação dos Amigos de Claudelino Miranda – a AMANDA – comemora mais um aniversário no dia 27 de maio. Falar em Miranda é sinônimo de ajuda ao próximo, serviço fraterno e cristão.Foi um momento de muita inspiração a idéia do professor Edivaldo Boaventura, e de outros amigos, em fundar em maio de 1994 essa Associação. Nada mais justo do que homenagear aquele que encontrou o sentido de sua vida numa doação abnegada ao outro. Quando a idéia foi lançada, Miranda achou que era uma brincadeira. Mas ao cabo de 90 dias, foi convidado para um almoço no Hotel Bahia – Parque, no Rio Vermelho, e lá foram apresentados os Estatutos da nova Associação. Na ocasião foi escolhido como Presidente o empresário Carlos Alberto Jesuíno dos Santos. De imediato, duas campanhas foram desenvolvidas: a primeira se relaciona com a doação de cobertores, que é feita no mês de maio. A segunda consiste na doação de brinquedos para crianças e é feita em novembro. Já fiz minha solicitação a Miranda para distribuir alguns dos brinquedos adquiridos, através da Casa do Samba de Roda de D. Dalva em Cachoeira, que agora tem a sua Casa-Sede naquela cidade.

Com essas campanhas, a AMANDA logo encontrou aceitação no coração de centenas de amigos. Há alguns que enviam entre mil e cinco mil cobertores. Dessa forma, a Associação se vê na possibilidade de ajudar a mais de 300 entidades, tais como Asilos, Creches, Orfanatos,Hospitais. A ação dessa Associação ultrapassou os muros de Salvador, atingindo até Feira de Santana – é importante lembrar que o idealizador dessa obra, prof. Boaventura, é filho daquela terra. Lá, o Dispensário Santana, dirigido pela Irmã Rosa, é beneficiário de muitos dons ofertados pela AMANDA.

Miranda sempre se deixou dirigir por um lema: Servir sem nenhum interesse político. Ele é um homem integrado na sociedade baiana, onde tem servido aos mais variados setores, mas sem filiação partidária. Atualmente é assessor do Vice Prefeito Dr. Edivaldo Brito – pode-se dizer que esse serviço ele o faz de forma incansável, pois é fruto de uma amizade que já vem de décadas.

Sua sensibilidade pela pobreza vem, como ele diz, do berço. Ele abre seu coração e conta sua história de vida:”Já que estamos falando, é bom que se conte alguma história. Fui um homem sofrido, filho de pais pobres. Aos 11 anos perco em dias alternados meu pai e minha mãe.Olho para um lado e para outro e não encontro amparo de ninguém.Mas eis que me surge uma tia solteira que me acolhe em seu lar e começa a me ajudar e até me consegue um emprego – e isso foi em 1943. Fui eu trabalhar na Secretaria de Segurança graças a Antônio Pereira de Matos, na época Delegado Auxiliar. A partir daí começou a minha peregrinação, já tendo ocupado vários cargos em repartições do Estado, na área Municipal,Legislativa, Judiciária.Por todos os cargos onde passei, deixei uma marca positiva.Às vezes paro e começo a pensar como Deus foi tão generoso comigo . Hoje sou possuidor de tantas honrarias de várias entidades, seja militares, como civis – fico a pensar, como as coisas da vida mudam e são diferentes…”

Todas as 3ª feiras, Miranda toma o café da manhã com Pe. Sadoc, amigo de muitos anos, e dele diz o célebre Monsenhor:” A AMANDA é ele. Miranda é enorme.É uma vocação especial.Está sempre presente na vida dos amigos. Às vezes vai a duas ou três festas, correndo de uma para outra, mas não falta a ninguém.Parte admirável dele é a fidelidade aos amigos.Conheci Miranda quando pedia uma Missa anual por alma do Deputado Federal Tarcilo Vieira de Melo que era da terra de Balbino, Barreiras.E também era tio do embaixador Sérgo Vieira de Melo, que morreu no Iraque.Foi líder de Jango e de Juscelino. Tinha um duelo interminável com Carlos Lacerda. Mas não perdia o estilo. E até avisava ao adversário sobre qual tema iria desafiá-lo no próximo discurso.A Missa era em S. Pedro. Eu saía de S. Judas para essa celebração. Quando vim para a Vitória, as Missas passaram a ser aqui. Miranda é permanente companheiro de todos nós. Ele foi feito para servir”.

No dia 27, um grupo de amigos irá homenageá-lo, num almoço no Hotel Catuçaba.
Parabéns à AMANDA, que é Claudelino Miranda.

Sebastião Heber. Professor adjunto de antropologia da UNEB e da Faculdade 2 de Julho. Membro do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia e da Academia Mater Salvatoris.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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