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Preciso de forças para caminhar. Já não me importa o que passou. Afinal o mundo é um caminho de passar; passam momentos, dores, alegrias, tudo como se estivesse impresso nas folhas de um livro ou na monotonia dos dias e das horas.
Espero, sem mais sofrimentos, atravessar o caminho e esquecer. Passar para o esquecimento o cansaço e a dor.
As noites me amedrontam. Mesmo não sendo escuras estão carregadas de silêncio.
Não importa a realidade. Importa dentro de mim um momento especial. O momento da volta.
Saber que alguém nos espera, apressa-nos os passos, diminui as distâncias. Quando ergo os olhos lembro do teu rosto de espera, então, os caminhos se encurtam.
Quando voltei, já não estavas lá. O silêncio recusou-me a verdade. Onde estavam as palavras que eu queria ouvir? Confundo-me com o sofrimento, sou apenas um rosto a mais entre os que espiam.
A alegria guarda-se no homem, misturada à sua dor. É insustentável e efêmera.
Tenho algo a cumprir, eu sei. Minha alma sabe.
As coisas que aconteceram, boas ou ruins, no mesmo espírito, no mesmo espaço avisam-se de que não me preparei para ser só.
As lembranças não me protegem do sofrimento.
Obs: Texto retirado do livro da autora – Memórias do Vento