Malu Nogueira 6 de abril de 2010

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Pés descalços
Sandálias nos dedos da mão,
Caminho sem rumo.
No céu, as estrelas como prumo.
Giro sobre mim mesma
E não encontro mais a impressão dos meus pés
Desfeita pelo vai e vem das ondas
Que levaram minhas pegadas para o fundo do mar.
Estou perdida.
Sem caminho de volta
Sigo em frente, cavando novos horizontes,
Receosa de não conseguir encontrar meu caminho.
Talvez fosse melhor abandonar este lugar,
Que cheira a mar,
Que salga a pele,
Com ventos que açoitam e dobram,
No infinito azul sem fim, sinto-me calma.
Vou retornar e fazer o caminho de minha origem.
De gravetos e carrapichos,
Da terra esturricada pelo sol quente,
Com carne seca e farinha de milho,
Com ventos de ventania
Que não apagam minhas pegadas
Que me mostram a trilha,
Que defendo com espada de cipó,
Gibão de couro e chapéu.
Caminhos do meu bem querer
De aconchego e amor
De paz e viver.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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