Djanira Silva 6 de abril de 2010

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Sofrendo, o homem, esperava a vida. Queria nascer, queria chorar. Dos seus olhos fugiam sombras estranhas que se dissipavam pelos cantos da sala indo e vindo de um lado para o outro ocupando todos os espaços.
Inocente e ignorante, não sabia nem chorar ele, que ainda não possuía um espaço, puxou a cadeira para a frente e ela gemeu como se fosse parir, abriu as pernas e ele caiu no chão feito caísse de um útero em cima da cama. Esperei que chorasse como choram os recém-nascidos.
Alguém apagou a luz e apagou as sombras. De alma apagada o homem caiu no meio da rua. O vento levou suas cinzas. Nem chuva, nem sol, nem claridade. As pedras do caminho se afastaram para a dor passar.

Obs: Texto retirado do livro da autora – Morte Cega

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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