Ó QUE ROEDEIRA DANADA,
SINTO CÁ DENTRO DO PEITO . . .
COMICHA, COÇA E LATEJA,
PARECE QUE NÃO TEM JEITO.
COMO CARRAPATO SE AGARRA,
A GENTE SENTE E NÃO FALA,
O NÓ NA GARGANTA É FEITO . . .

A FALTA QUE À GENTE FAZ,
PARTIDA DE UM AMIGO,
RUMO À ETERNIDADE . . .
DEIXA O PEITO SENTIDO,
É O CANARINHO QUE FUGIU,
SEU CANTO NÃO MAIS SE OUVIU,
É O CORAÇÃO FERIDO.

PESAR QUE MEXE COM A GENTE
É COISA QUE NOS MALTRATA,
A FALTA DE UM ENTE QUERIDO,
QUE AO NOSSO SER ATACA,
DO CONVÍVIO E PRESENÇA,
É A DOR DE SUA AUSÊNCIA:
A SAUDADE QUE NOS MATA . . .

QUANDO A CRUEL NOS AGRIDE,
REABRE LOGO A FERIDA,
PRA DESLIGAR TUDO É FEITO
SEM ENCONTRARMOS A GUARIDA,
A GENTE AS UNHAS ROE,
O CORAÇÃO MUITO DOE,
É QUE A SAUDADE ESTÁ VIVA . . .

LÁ DENTRO DE NOSSO EGO,
ÀS VEZES AZ MORADIA,
É PRECISO MUITA FÉ;
PRA FUGIR DA NOSTALGIA,
MANTER A SOBRIEDADE,
NA IMPORTUNA SAUDADE,
TER O SENHOR COMO GUIA . . .

Recife, 20/Jan/2010.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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