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Em ano eleitoral, vale a pena relembrar alguns tópicos da velha questão entre o que é política e o que é politicalha. E o faço pegando carona na máxima do francês André Gide que já dizia: “tudo já foi dito uma vez, mas como ninguém escuta, é preciso dizer de novo.”

Apesar da grande proximidade entre ambas, causada pelo quase sempre trágico cenário político brasileiro nestes últimos trinta anos, política e politicalha não se confundem. Enquanto a primeira é a arte de gerir o Estado seguindo princípios definidos, regras morais, leis e, até em alguns casos, tradições respeitadas, a segunda pode ser resumida na exploração deste mesmo Estado em benefício de interesses pessoais.

E isto é o que basicamente estamos acostumados a ver. Vide os escândalos de corrupção, como os atuais com as tantas CPIs no governo do PT. Só que não devemos recuar diante desse decepcionante quadro, mas, antes de tudo, reforçar a ação de cidadania que cabe a cada um de nós, ou seja, procurar sempre participar da vida política, seja nas esferas municipal, estadual ou federal. Porque aquele nefasto imposto que você paga a contragosto, aquela louca sinalização de trânsito, aquele elefante branco no seu município, isso e muito mais brotam dos legislativos e executivos.

O que me faz lembrar de outra máxima: “conhecimento, sem visão e força moral, gera tecnocratas. Força moral, sem visão e conhecimento, gera ideólogos. Visão, sem força moral e conhecimento, gera demagogos”. Se você não a conhecia, espero que ela o ajude na escolha do perfil dos políticos que elegeu e, principalmente, dos que ainda pretende eleger.

Mas todo esse grave cenário social que o país apresenta, causado principalmente pela ausência do Estado no cumprimento de seus deveres, não deixa de ser também um reflexo da característica de um Estado corrupto, este que é facilmente identificável pelo seu imenso número de leis.

Por isso é bom a gente se ligar na política e escolher bem os candidatos. Porque, se você é um daqueles que afirma não gostar de política, e geralmente faz parte daquele outro grupo que nem sequer lembra em qual candidato votou na última eleição, pode ter a certeza de que continuará, mal ou bem, sendo governado por aqueles que gostam. E, o que é pior, engrossando a fileira da politicalha.

Texto retirado do livro do auator – “Surtos & Sustos”

Obs: Imagem enviada pelo autor.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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