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Oito de março, dia internacional da mulher é dia de memória e não de festa, dia de reflexão e não de parabéns. Esta data foi estabelecida para que homens e mulheres se dêem conta que ser diferente não significa ser inferior.

Infelizmente a história da humanidade tem sido predominantemente dirigida por homens sob a ideologia do machismo, por isso,é que a mulher tem sido mantida como ser inferior, frágil e submissa. Chegou uma época em que algumas mulheres tomaram consciência coletiva de seus direitos trabalhistas, exigindo melhores salários na fábrica onde trabalhavam. Foram punidas, estupidamente queimadas no salão da fábrica, por seus patrões. Mas dali em diante a história tomou outro rumo na questão de direitos humanos da mulher. Não foi uma mudança de uma hora para outra.

Os homens não mudaram de mentalidade machista rapidamente.Mas as conquistas continuaram, a primeira delas foi a consciência de sua dignidade e a luta por mais respeito a seus direitos. Esta é uma luta que continua até hoje sem que a igualdade de gênero já seja uma conquista total. A lei Maria da Penha e as delegaciada mulher são indicativos de que o machismo continua forte ainda as sociedade.

O dia 08 de março é um convite oportuno a homens e mulheres. A eles, para refletirem sobre seu comportamento com as mulheres, sobre seu reconhecimento da igualdade de gênero, ou ainda o pensamento de que elas são inferiores e precisam se conformar de que eles são mais fortes, têm mais direitos e coisas parecidas? A elas, o estímulo a continuarem a luta por auto estima e engajamento firme nas lutas por dignidade sua e de suas companheiras .

Não basta o consolo de que já podem votar em eleições, ter 4 meses de férias maternidade, de já existirem mulheres médicas, juízas e parlamentares, entre outras profissões bem remuneradas. É preciso que as mulheres médicas, juízas e parlamentares paguem salários dignos às suas empregadas domésticas e não apenas o salário mínimo, tratando-as como companheiras e não como objeto de cuidado com suas casas; que se engajem nas lutas por mais dignidade de suas companheiras mulheres.

O dia internacional da mulher portanto, não é dia de festa, mas de reflexão e mudança de comportamento de mulheres e homens, de trabalhadoras, patrões e patroas. Acima de tudo, todos precisam compreender que ser diferente em gênero não é ser inferior, que o digam Joana D`Árc, deputada Erondina, doutora Zilda Arns e tantas outras mulheres lutadoras e generosas.
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Desemprego por falta de qualificação
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Hoje nos chega uma notícia curiosa – em Santarém, apesar de haver procura de trabalhadores, há mais pessoas economicamente ativas desempregadas, o que não é surpresa. O curioso da justificativa apresentada pelo delegado do trabalho, é que falta qualificação nos candidatos a empregos, falta formação profissional. Isto é, segundo o delegado do trabalho, há bastante demandas de trabalhadores, desde que sejam qualificados profissionalmente.

E aí a surpresa – em Santarém há escolas profissionalizantes, como SENAI, Microlins e há sindicatos de trabalhadores. Por que então, faltam profissionais qualificados? Será que as escolas específicas não atendem o suficiente? Ou os sindicatos não se preocupam em criar cursos de formação profissional de seus sócios? O certo é que, enquanto faltam trabalhadores qualificados em setores especializados da economia, abundam os trabalhadores nas áreas de serviços gerais. Os trabalhadores são inteligentes, a luta por sobrevivência os leva a tentar qualquer coisa, até de mestres de obras. O trabalho autônomo, antes chamado de “bico” é o que prevalece, desde vender picolé e chopinho, a ajudante de pedreiro, jardineiro, diarista, empregada doméstica, vão dando um jeito.

Se de um lado revelam inteligência e criatividade, de outro há muito trabalho mal acabado, serviços insatisfatórios. De quem é a responsabilidade? Certamente tem-se que atribuir esta negligência aos poderes públicos em descuidar da educação em massa da população. Não há como negar que as maiores verbas são para crescimento econômico, mas com empresas de fora da região, técnicos de fora. Outros vultosos recursos são aplicados em obras sem urgência, comparadas com a educação. Uma só escola técnica, uma só escola do SENAI, só as duas não são o bastante para o leque de profissões que o mercado já requer e o volume de pessoas que a cada ano entram na faixa de economicamente ativa. E aí, vai a região vivendo de bico, de trabalhadores inexperientes fazendo o que podem. Qual o sindicato que promove cursos de capacitação a seus sócios? Qual a escola de hotelaria, de marcenaria e de tantas outras profissões que exigem qualificação?

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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