Ainda permanecem vivas as imagens do terremoto no Haiti, com suas trágicas consequências. Por ser completamente inesperado, e por ter uma rara intensidade, este terremoto surpreendeu o mundo, que aos poucos foi se dando conta da gravidade da situação, traduzida em milhares de mortos, uma multidão de feridos, e a devastação da cidade.
Somada a violência do terremoto com a situação de pobreza em que se encontrava o país, resultou uma calamidade que só aos poucos foi revelando sua trágica realidade.
Na medida em que chegavam as informações, aos poucos o mundo foi se dando conta do tamanho do desastre caído sobre o pobre povo do Haiti, que já antes do terremoto se encontrava em situação de extrema pobreza e impasse político, tanto que há cinco anos contava com a presença de uma força militar das Nações Unidas, comandada pelo Brasil, com a finalidade de estabilizar a situação social, para que o país retomasse aos poucos, em condições mais favoráveis, o pleno exercício de sua soberania nacional.
Com o inesperado terremoto e suas trágicas conseqüências, as forças militares presentes no país se tornaram o ponto de apoio para a organização da ajuda mundial que precisa encontrar o caminho para atender às necessidades mais prementes de socorro às vítimas, e de reconstrução da estrutura básica que permita ao país ir retomando sua vida cotidiana.
A situação é de tal gravidade, que requer um plano de reorganização de toda a estrutura do país, que supõe recursos muito grandes que precisam ser articulados em escala mundial, a nível de governos.
Ao mesmo tempo, é preciso viabilizar a solidariedade mundial, que despertou em tantas pessoas a vontade de ajudar e de socorrer. Face à urgência da ajuda, e à dificuldade de concretizá-la, se mostrou de novo muito válida a experiência da Cáritas, que se colocou prontamente em ação, em nível mundial e também nacional. A campanha lançada pela Cáritas Brasileira, denominada “SOS Haiti”, vem tendo uma impressionante adesão, que se traduz nos milhões já arrecadados e enviados à Cáritas do Haiti.
A situação deste pobre país, agravada agora pelas conseqüências do terremoto, continua desafiando a humanidade, nos motivando para a atitude permanente de solidariedade, que encontra apelos concretos no cotidiano de nossa vida. A lembrança da situação do Haiti vai continuar nos motivando, por muito tempo, com certeza.