8 de fevereiro de 2010
Um lema cristão, que certamente é também, um princípio da ética, afirma o seguinte:“ que seu sim seja sim e seu não seja não”. A isto se dá o nome de coerência, o que em muitos setores da vida pública e em sociedade não está funcionando. Por sorte ainda há grupos da sociedade que cultivam este princípio ético.
É o caso de alguns grupos, comunidades e entidades, em defesa do lago do Juá, em Santarém. Este lago tão precioso, tanto como criatório de peixes, manancial de água potável, como importante para o equilíbrio climático da região, está ameaçado de assoreamento, poluição e destruição. Pois bem, as autoridades responsáveis não tomam atitude positiva até hoje. Pilatos lava as mãos, a Avestruz enterra a cabeça na areia, Macaco tapa os olhos para não ver e a Coruja fica apenas olhando, olhando, depois voa para longe. Enquanto isso, todos fazem discursos defendendo o meio ambiente, além de ganhar bons salários para assumir empregos em defesa do meio ambiente.
Quem mesmo vai à luta em defesa real do precioso lago do Juá são os que amam e precisam dele, pescadores, moradores das comunidades vizinhas e ambientalistas. Estes, juntos, substituem Pilatos, Avestruz, Macaco e Coruja, sabendo que as conseqüências do assoreamento serão irreversíveis para o lago e para a região. Vão lá abraçar o lago e denunciar a indiferença das autoridades.
Imperdoável esta omissão de tantos órgãos e autoridades diante da perversa violação do lago do Juá. Cidadania é o que fazem os defensores deste precioso manancial doado grátis pela natureza e sendo violado por inescrupulosos invasores da área. Quando será que a prefeitura, a justiça, a secretaria de meio ambiente, o IBAMA e tantos ditos responsáveis pelo meio ambiente e pela ordem pública irão agir? Quanto o caldo estiver todo derramado?
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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