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Na poeira das pretensões a vida se apaga e o percurso trilhado delira em vão…
Há mágoas e sonhos afogados…
Há riscos que não foram dedilhados…
Há sobretudo um colorido enlouquecido nas mãos feridas e famintas…
Alheio aos rumos da solidão a revolta borbulha na alma tentando calar um crepúsculo que vacila nos degraus rachados de acenos e dor…
Como renovar a ternura se os muros esmagaram o eco de tua voz?
Como transbordar em labirintos se o gorjeio dos pássaros interrompido rumina em circunstâncias impossíveis de serem (re)construídas?
Na porta caída convicções abaladas,
gritos desesperados,
sentimentos confusos,
momentos gravados entre lágrimas e desejos…
Na espera de abrigo a ruptura brusca do ser escuta o eco de palavras atravessadas, perdas e abandono…
No vazio da paisagem o olhar se entrega aos ritmos dos desencantos…
Não é a tua ausência que reclamo, mas a força inexistente de tua presença desarticulando a razão…
Não é o medo de sangrar que questiono, mas a canção inacabada que soluça no amor…
Não é a escuridão que esbarra no mistério das pulsações, mas o discernimento abalado…
Não é a saudade que me consome, mas a essência do coração que sobrevoa e já não consigo enxergar o tempo disfarçado na vulnerabilidade de fracassos…
No transitório do anonimato resta a eternidade no brilho da melancolia…
Na inquietude de extremos a tentativa do desafio na superação e na ousadia da poesia que se derrama no solo esmagado, na chama persistente que se recusa parar na metade do caminho…
Na paixão do confronto a liberdade articulada na consciência do inesperado…
16.01.2009 – 10:23h