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Coração maduro, alegria sem entusiasmo, sem espontaneidade. Vida longa, momentos de alegrias, de tristezas, cansaço que anulava a vontade de rir, apagando a alegria.
A gente anoitece e não amanhece como o sol a cada manhã. Infelizmente não é assim. A vida vai desmaiando nos dias e nas tardes, descambando num horizonte que escurece como se fosse chover e não se tem, como o sol, o poder de voltar com o mesmo brilho a cada manhã.
Queria poder construir um mundo apenas com lembranças. Como quem faz uma transfusão de sangue fazer uma transfusão de saudade para continuar viva.
Sentia-se como se estivesse entrando no mar, nos seus segredos, nos seus mistérios.
Pela mão da menina voltou em busca de si mesma, do seu cheiro, do seu mundo, da sua terra. Sentou na praça, subiu as escadarias do convento, andou pelo caminho do colégio, seguiu a estrada do Cruzeiro. Nas sombras da tarde, entendeu que, enquanto pudesse lembrar, o mundo continuaria vivo.
A alma esperava a ressurreição.
Obs: Texto retirado do livro da autora – Do Quintal para o Mundo –