Djanira Silva 13 de janeiro de 2010


[email protected]
http://blogdjanirasilva.blogspot.com/

Coração maduro, alegria sem entusiasmo, sem espontaneidade. Vida longa, momentos de alegrias, de tristezas, cansaço que anulava a vontade de rir, apagando a alegria.
A gente anoitece e não amanhece como o sol a cada manhã. Infelizmente não é assim. A vida vai desmaiando nos dias e nas tardes, descambando num horizonte que escurece como se fosse chover e não se tem, como o sol, o poder de voltar com o mesmo brilho a cada manhã.
Queria poder construir um mundo apenas com lembranças. Como quem faz uma transfusão de sangue fazer uma transfusão de saudade para continuar viva.
Sentia-se como se estivesse entrando no mar, nos seus segredos, nos seus mistérios.
Pela mão da menina voltou em busca de si mesma, do seu cheiro, do seu mundo, da sua terra. Sentou na praça, subiu as escadarias do convento, andou pelo caminho do colégio, seguiu a estrada do Cruzeiro. Nas sombras da tarde, entendeu que, enquanto pudesse lembrar, o mundo continuaria vivo.
A alma esperava a ressurreição.

Obs: Texto retirado do livro da autora – Do Quintal para o Mundo –

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


busca
autores

Autores

biblioteca

Biblioteca

Entrelaços do Coração é uma revista online e sem fins lucrativos compartilhada por diversos autores. Neste espaço, você encontra várias vertentes da literatura: atualidades, crônicas, reportagens, contos, poesias, fotografias, entre outros. Não há linha específica a ser seguida, pois acreditamos que a unidade do SER é buscada na multiplicidade de ideias, sonhos, projetos. Cada autor assume inteira responsabilidade sobre o conteúdo, não representando necessariamente a linha editorial dos demais.
Poemas Silenciosos

Flickr do (Entre)laços
[slickr-flickr type=slideshow]