Marcelo Barros 10 de janeiro de 2010

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Queridos irmãos e irmãs,
Sei que a fonte brota e jorra,apesar de ser noite…Sua origem não sei, ou sei que não há.Dela se origina tudo o que é fonte Sei disso, apesar de ser noite Suas torrentes são abundantes.Irrigam a terra, o céu e o infernoE também os povos e pessoas, apesar de ser noite(São João da Cruz). A celebração do Natal não é o aniversário do menino Jesus e sim um evento pascal que nos recorda: a humanidade continua visitada por Deus para ir se tornando mais e mais divinizada. Neste Natal, o que nos alegra é vermos que, por toda a América Latina, mesmo se ainda é noite, já começa a raiar a madrugada de um novo dia da liberdade e da união continental e bolivariana, a partir da revalorização das culturas e do respeito à dignidade de todas as pessoas e até de todo ser vivo, através do qual o amor divino fecunda o universo.

Que a luz deste amor comece a romper as escuridões nossas, das estruturas do mundo e das Igrejas e nos firme no compromisso de sermos pessoas de diálogo e comunhão. Assim, em nosso ser mais profundo, descobriremos um presépio, no qual descansa não mais o menino Jesus e sim o Cristo ressuscitado, para as pessoas com as quais convivemos e que encontramos. Escrevo-lhes isso de coração, como alguém que se sente fraco e pobre, entretanto com o coração grávido desta esperança de que existe a fonte, está próxima e jorra.

Com o desejo imenso de reaprender o idioma do diálogo e do compromisso da libertação, como cântico universal do Natal, aceitem um abraço afetuoso do irmão Marcelo Barros

(*) Monge beneditino, teólogo e escritor.

www.empaz.org/Obs: Imagem enviada pelo autor ( desenho de Pulika)

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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