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Quando era bem menina ainda, lembro-me que ouvia os mais velhos conversando e dizendo: “vc precisa pensar bem” ou “ele faz tudo sem pensar” “se tivesse pensado isso não acontecia” e ia por aí… O “pensar” sempre como o herói da história e na sua ausência, o fracasso e o insucesso, quase uma espécie de castigo. Sem saber que já estava pensando, pensava o que seria pensar? Desde entâo, me acostumei a ir para um cantinho qualquer, longe do barulho, me sentar e fechar os olhos, apertando bem para “fazer escuro”… Não era para ver, eu estava ali para aprender a pensar ! No início, ouvia os barulhos das pessoas, os passos, as risadas, mas com o passar do tempo, acostumei-me a gostar dessa distância, dessa espécie de retiro que eu inventara. Ali sentada, eu me sentia numa espécie de abrigo e podia inventar e viver o que eu quisesse, numa liberdade que os grandes não sabiam dar. Podia até voar! Assim fui aprendendo a calar, a gostar do silêncio e ao mesmo tempo, sem me dar conta, fui descobrindo um mundo interior muito bonito,fui descobrindo a “minha casa”, o lugar onde “eu” morava e onde eu sempre gostaria de estar…

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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