29 de dezembro de 2009
O jornal inglês encheu o ego da população regional ao publicar uma notícia afirmando que Santarém tem a praia mais bonita do Brasil, Alter do Chão. Talvez o jornal tenha exagerado porque não viu as praias de Ponta de Pedras, de Pindobal ou a Ponta Grande do rio Arapiuns.
De qualquer forma, o jornal inglês prestou um grande favor ao turismo em Santarém. Nos próximos dias, a cidade receberá vários navios cheios de turistas. E aí surge a preocupação: A população santarena está preparada para acolher bem esses turistas e com isso aumentar a renda familiar e empresarial?
Turismo é hoje uma grande indústria geradora de recursos financeiros, quando se sabe tratar bem o turista para que ele ou ela sinta gosto e até queira retornar à região. Mas Santarém não está em condições de atender às exigências dessa indústria limpa. Em geral, as famílias, os moradores dessa bela cidade não têm preocupação de arrumar bem a frente de sua casa e menos ainda, se preocupar com a limpeza das ruas e praças.
Há desorganização urbana, falta de calçadas para pedestres, porque os espaços públicos são tomados por quitandas e bares improvisados; o código de postura da cidade não é respeitado; o trânsito é arriscado; os donos de empresas de ônibus deixam vários ônibus soltando fumaça dos canos de escape, as praias em frente à cidade, além de sujas, são intransitáveis por causa dos portos particulares que invadem a praia, a praça Tiradentes é uma tristeza, e assim por diante se percebe que a maioria dos moradores de Santarém não tem consciência cidadã e nem preocupação em cuidar de sua cidade.
O caso Santarém parece mais grave do que de outras cidades. As pessoas não tratam bem seus semelhantes, nem os que aqui habitam nem os milhares de que chegam das comunidades rurais e cidades vizinhas. A falta de respeito ao código de postura municipal revela isso. Quem mora em Santarém quer todos os direitos, mas não sente dever para com o bem comum. Uma das conseqüências é que a fama de cidade turística e praias mais lindas do Brasill só vale na primeira viagem do turista. Não volta mais
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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