Maria Inês Simões 1 de dezembro de 2009

(a um imbecil que pensou que podia)

há de se lembrar um dia
de alguém ou de uma poesia

há de querer sentir o gosto
e a suavidade de um certo rosto

há de querer o toque daquelas mãos
e sentir que te falta, e com razão

há de se lembrar de um descaso
e sentir no corpo todo o cansaço

da solidão

então há de enxergar a vida
através desta grande ferida

e por mais que tente
não conseguirá ir em frente

e esquecer…

seu passado de “glórias”
onde despertam as memórias

desta sua vida-maldita
de enganos e ambições
mentiras e ilusões
herói maquiavélico

há de vestir o manto do tempo
e relembrar em giga tormento

não apenas as decepções
criadas em sua “verdade”
mas de seus filhos alimentados
nesta sua brutal-imbecilidade

de ser e fazer simplesmente
para acontecer o momento
em flash acontecimento

há de sentir em algum lugar do futuro
o peso das lágrimas de multidões
cravadas na história de suas ambições

em infinitas “estrelas” ouvir os gemidos
de seus companheiros cantando seus versos
“conquistamos espaços somos
heróis em sentidos diversos ”

sim há de se lembrar um dia
desta antiga e pobre poesia

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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