Djanira Silva 1 de dezembro de 2009


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A derradeira saudade enlouqueceu. Diante de um pôr-de-sol apagou-se e, na noite, sumiu levando para longe a minha história. O que fazer com esta ausência dentro de mim, confundindo minhas indecisões? O que fazer? Também eu não sei. Louca? Loucas.
Tentei caminhar por antigos caminhos. Lembrei, apenas, da menina que trocou de tempo com a adolescente e, logo mais, com a mulher, a guardiã da saudade.
As lembranças mutiladas me envolveram. Rodopiei como um balão queimado. Das cinzas e da fumaça sobrou apenas uma pergunta amarga – sentir saudade de quê?
De que sentir saudade?
A quem prestar contas da felicidade que nascera comigo? A quem perguntar pelos sonhos semeados, se já não posso reencontrar o tempo trocado que fez de mim uma mudança? Meu sonho me traiu. Tornou-se realidade. Resta-me, agora, uma saudade louca e um sonho infiel.
As mãos cheias de nuvens, o olhar de espumas, jogado na infinitude do tempo, num sentimento vazio, sem qualquer réstia de luz.
Já não posso sonhar ou me iludir com histórias, ou com o encanto das cores, dos perfumes e até mesmo da lembrança de sofrimentos que me fizeram feliz.
Tudo às avessas. Coração revirado, velho baú vazio, histórias apagadas. Nem lembrar, nem chorar, nem esquecer. Não sei o que fazer sem a saudade, sem os braços compridos das lembranças onde morro todas as noites e ressuscito todas as manhãs.
Fecho os olhos. Fotos apagadas, queimadas, excluídas.
Alma posando nua para um infinito vazio.
Até quando?
Obs: Imagem enviada pela autora.
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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