Edilberto Sena 8 de dezembro de 2009


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O que se pode esperar do encontro mundial dos chefes de Estado em Copenhague, nos próximos dias? Sairá de lá a salvação do planeta? Quem sabe! Não se pode esperar muito, pois os países ricos não querem mudar seu padrão de vida, mas que os países pobres e emergentes cumpram sua parte e controlem o clima do planeta. Estes, por seu turno, se julgam no direito de continuar destruindo florestas, poluindo rios, intoxicando a terra, para acelerar seu crescimento econômico. Com tais comportamentos, o que esperar do grande circo que estão armando lá em Copenhague?
A natureza clama por justiça, alerta, dá sinais. O grande rio Amazonas, ponto chave de mutação climática, dá seu grito pedindo clemência. Ainda em maio deste ano a cheia chegou a 29 metros de altura em frente a cidade de Manaus; quando é agora em início de dezembro, o mesmo rio Negro baixou para 16 metros, causando prejuízos aos ribeirinhos e aos moradores das cidades do alto rio Amazonas.
O governo brasileiro faz propaganda eleitoral antecipada anunciando grande diminuição de desmatamento na Amazônia em 2009 – 500 km2, como se isso fosse eficiência dos órgãos de fiscalização. Mas não confere que nos últimos 10 anos foram destruídos 96 mil km2 de floresta Amazônica, 17% de toda essa floresta foram ao chão e foram queimados.
E mais, o plano do mesmo governo, o alardeado PAC vai inundar nos próximos anos milhares de km2 de floresta com as barragens no rio Madeira, Tocantins, Xingu, Jari e até o Tapajós, se as populações não impedirem.
Por tudo isso, é que pouco, bem pouco se pode esperar do encontro de chefes de Estado em Copenhague. Haverá lindos discursos, promessas encorajadoras, mas de concreto mesmo, só um milagre. Mas a natureza está clamando, avisando e dando sinais.
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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