Visão geral de casais quaisquer

Um ser humano é definido como um animal racional há muito tempo por seu poder de pensar, julgar, e projetar. Mais recentemente uns teólogos o denominam um espírito encarnado por causa da sua espiritualidade. E os biólogos dizem que ele é um mamífero do reino animal por ter umas características principais dos animais em geral e especialmente dos mamíferos. Se todos estes estudiosos têm razão, para compreendermos melhor, vale a pena ver porque agimos de certas maneiras. Seria interessante comparar as atividades dos machos e fêmeas que agem por seus instintos com as dos homens e mulheres.

Uma atividade básica que podemos ver é a necessidade de se alimentar, de comer e beber. Vê-se que os animais passam muito tempo procurando comida para si mesmos e para os animais mais altos no reino, para alimentar os seus filhos. Às vezes o macho participa neste último mas que quase sempre é tarefa da fêmea. Geralmente o esposo trabalha para ganhar o sustento, às vezes a esposa; geralmente a esposa faz as compras e às vezes o esposo o faz.

Outra atividade básica é a procriação. Entre os animais, a cópula é realizada quando a fêmea está no cio. Não sei os costumes de todos os animais mas a leoa acasala com o mesmo macho cinco ou seis vezes; uns pássaros e uns macacos fazem o mesmo, mas a fêmea acasala com um macho qualquer. Parece que os machos estão sempre prontos para servir as fêmeas mas evidentemente são as fêmeas que determinam quando. Tudo isso é realizado por instintos diferentes. Um casal humano deveria compreender que os seus instintos sexuais são muito importantes, mas que em grande parte são diferentes um do outro.

Sem fazer julgamentos mas só observações, pergunta-se porque há prostituição? Cedo, na história dos hebreus a poligamia – um homem com várias mulheres – era comum. Quando eles foram estabelecidos na terra dos canaanitas, parece que o costume havia desaparecido, mas novas leis da época se destacaram. Elas protegeram as viúvas e órfãos e ameaçaram os que não o faziam. Havia prostituição e as prostitutas foram condenadas a uma pena, até à morte.

Em certas tribos africanas, não há prostituição. Sabe-se que há mais mulheres que homens. Que uma jovem solteira ou viúva é logo convidada a se casar com um homem já casado ou não, se ele é capaz de sustentá-la. Assim, pela poligamia a tribo evita que uma mulher seja abandonada, que passe fome, que se prostitua, e que assim ofereça aos filhos um abrigo.

Seja por instintos ou por cultura, o relacionamento entre homem e mulher não é o mesmo. O casal deveria entender isso para que não seja um ponto de desentendimento. Um homem quer a mulher para si. Em certas culturas ela é a sua propriedade – ele é o dono dela. Há uma tendência para uns homens se apoiarem na carta aos Efésios 5:22 onde está escrito: “Mulheres, sejam submissas aos seus maridos como ao Senhor.” Fora de contexto, parece uma condenação da mulher a uma servidão. Atualmente está escrito no versículo anterior que o homem e a mulher deveriam se submeter um ao outro. Sendo diferentes um do outro, há exemplos como os membros da família devem promover tranqüilidade entre si pelo serviço para um e outro. É a submissão semelhante àquela descrita por São João na última ceia, depois de lavar os pés dos discípulos, Jesus disse: “Eu lhes dei um exemplo: vocês devem fazer a mesma coisa que eu fiz” (Jo 13:15).

Num casal, as diferenças entre o homem e a mulher deveriam promover a união. Elas devem determinar que as responsabilidades, sejam diferentes ou em comum, que eles vão assumir na família. Sejam elas física, psicológica, ou emocionalmente, ou pelos diversos talentos e experiências que têm, as diferenças deveriam complementar um e outro. O perigo é que elas sejam pontos pelos quais um procura dominar ou controlar o outro, em vez de ser por onde um serve o outro.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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