A decisão do Supremo Tribunal Federal que extinguiu a obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício da profissão chocou não somente as pessoas envolvidas nessa tão importante atividade, mas toda sociedade brasileira.

Iniciativas várias foram tomadas em protesto a tão injusta e lamentável resolução.

A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Estado, em uma das suas sessões, escolheu o tema em questão para o debate, considerando o futuro hostil dos jornalistas e os que ainda estão cursando, pois, a concorrência com os leigos vai prejudicar os titulares sob vários aspectos, até o pecuniário.

Jornalistas, estudantes, professores, sindicatos e entidades sociais se incorporaram em concorrida passeata pelas ruas da nossa Capital como indignação ao Supremo Tribunal Federal, e ainda pararam diante do Tribunal de Justiça e do Tribunal Regional Federal, como ato simbólico, extravasando os sentimentos de revolta que os invade.

A Universidade Católica de Pernambuco preparou faixas e panfletos para destaque no percurso.

A imprensa falada, escrita e televisionada de todo o Brasil reservou muitos espaços e horários para seus pronunciamentos contrários à extinção do diploma.

Este movimento pró-diploma foi batizado de Panelada de Jornalismo em virtude da comparação feita pelo presidente do STF, Gilmar Mendes entre jornalistas e cozinheiros.

É óbvio que não queremos subestimar nenhuma profissão, pois, todo trabalho exercido com honestidade é digno e louvável.

Faz-se necessário, porém, que a pessoa seja vocacionada para o desempenho que escolheu.

Aqui, ressaltamos o jornalista como aquele que tem “intimidade com a palavra”.

O argumento do STF de abolir o diploma respaldado na idéia de que a comunicação do pensamento deve ser livre, não justifica nem convence.

É verdade que a liberdade é um dos mais nobres dons atribuído pelo Criador ao homem, distinguindo-o e elevando-o das demais criaturas. Entretanto, é preciso assimilar acertadamente essa realidade.

Vivenciamos uma época em que as mais simples profissões e até a prostituição querem ser oficializadas. E por que excluir o jornalismo? Assim um juiz poderia exercer o seu cargo sem ter o curso de direito e o médico também não precisava ter o curso de medicina.

O jornalista autêntico transmite as notícias com imparcialidade e verdade.

Ela não omite, não exagera e muito menos cria notícias mentirosas. Ele é o elo entre a política e o povo e isso, com certeza desagrada a muitas e muitas pessoas.

O jornalismo proporciona à sociedade informações de acontecimentos ocultos e necessários ao seu conhecimento, prestando-lhe assim, um importante serviço.

A Magistratura, o Ministério Público, jornalistas, estudantes e toda a população brasileira, clama, reclama e exige a volta da obrigatoriedade do diploma para o jornalista.

Enfim, até a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) se associa ao movimento, pedindo e esperando que o Congresso resolva com máxima brevidade a tão esperada e justa pretensão.

Salvemos o jornalismo do Brasil!…

(*) Autora de Retalhos do Coração.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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