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Detivi-me, há pouco, numa releitura de um texto de Carlos Drummond de Andrade que por sinal, me foi apresentado ainda na antiga casa religiosa. O título já não o sei. Sei somente tratar-se do que aqui me ponho a escrever. Porque isso? Devido a dúvida que de súbito invadiu a minha cabeça: estaria realmente o defunto (aquele da terra do nunca) realmente morto? E para responder a esse meu questionamento, bebi de algumas idéias de Brás Cubas. E cheguei à conclusão de que realmente, o morto, dependendo de quando vivo, depois de morto, ainda vive alguns dias. E falo aqui de todos aqueles defuntos famosos. Astros de funerais grandiosos. Mas na contramão desses defuntos de uma eternidade póstuma de alguns dias, semanas e até mesmo anos, estão os excluídos, marginalizados que até mesmo antes de morrerem; morrem pela vontade alheia. Falo do caso do Carlito Prata, agricultor da colônia Igarapé do Onça.

Esse homem sempre se imaginou livre de todos os pecados e doenças. Era cristão de uma fé inquestionável. Isso porque não dava espaço para os outros lhe questionarem. Era ele e sua bíblia. Sim! Sua bíblia. Mas o caso aqui não é religioso ou conseqüência disso.
No entardecer da vida esse homem descobriu que era muito doente. E com a descoberta da doença todos os males vieram de uma só vez. E lá pelas tantas da vida, o homem caiu. Foi parar direto na UTI.
Na colônia onde residia, não houve reza, nem tão pouco missa. O que houve na verdade foi à concretização máxima de que quando o homem morre, realmente…? Uma vez na UTI, fez-se o preparo para o enterro, pois se imaginou a morte. Assim a cova foi aberta. Esperava-se o cadáver, porém chegou o homem vivinho da silva. Agora posso responder: o homem quando morre, ainda vive alguns dias. Já o pobre, antes mesmo de morrer, morto já está

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Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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