Edilberto Sena 28 de setembro de 2009


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Quem chega de fora da Amazônia e experimenta por primeira vez as frutas e sucos naturais da região, se encanta. São exóticos, perfumados, saborosos, tropicais. Um mineiro que esteve há pouco em Santarém, comentava que tomou variados sucos regionais, que nunca tinha provado e nem conseguia qualificar qual o mais gostoso. Os festivais de frutas deliciosas podem se encadear, sem enfastiar. São tantos, festival do abacaxi, em Terra da Areia, festival da laranja, em Carariacá, festival do açaí, no Eixo Forte e assim por diante, poderia ser também, festivais da melancia, da manga, do caju, da castanha, da banana, abundantes em sua época. Como poderia haver os festivais de outros sabores deliciosos, como do taperebá, da goiaba, do jenipapo, em fim.

Quando indagam se é possível haver crescimento econômico na Amazônia sem derrubar floresta, sem saquear madeiras, sem monocultura de soja, ou pasto pra gado, está aí o espelho. Com todo este potencial produtivo daria para desenvolver a vida dos 25 milhões de habitantes da Amazônia. Um outro modo de produzir e gerar renda é possível.
Imagine se toda a generosidade do governo, através do Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico, o BNDES colocasse à disposição do crescimento econômico da produção agro extrativista, o tanto que coloca à disposição do agro negócio e das mineradoras; imagine se o governo decidisse direcionar toda a força de seus órgãos ligados à agricultura e floresta, Ceplac, Embrapa, Ministério da Agricultura, Sagri, Emater e juntos entrassem numa força tarefa a serviço de melhoria da produção, agregação de valores, comercialização dos produtos da floresta, ainda teria dúvida da eficácia?
Basta ver como tem aceitação o açaí e a castanha no mercado nacional e até internacional. O resultado seria crescimento econômico da produção familiar e desenvolvimentos da maioria da população da Amazônia. Não haveria tanta manga estragada em sua safra, nem abacaxi abaixo do custo de produção.
Tudo seria possível se os governos garantissem assistência técnica de qualidade, fomento à produção, garantia de preço justo e mercado para o excedente. Infelizmente essa não é a opção dos governos, do federal ao municipal. Financiam-se grandes empresas de soja, milho e trigo; aplaude-se o saque dos minérios, facilita-se a legalização de grilagem de terras públicas, mas não se leva a sério a produção familiar, apesar de repetidos discursos de reconhecimento da importância dela.
Este é o Brasil de Todos e o Pará, Terra de Direitos, dizem eles.
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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