As missões de Jesus

Jesus, como o enviado do Pai e Salvador do mundo, tinha três ofícios ou missões. Ele era o Rei do mundo – o reino de Deus. Toda criação pertence a ele. Ele era o Sacerdote – o escolhido pelo Pai para oferecer sacrifícios a Deus. Ele é o caminho ao Pai e intercede por nós. E ele era o Profeta – o intérprete dos sinais dos tempos. Todos os outros profetas comunicavam as palavras de Deus, mas Jesus é a Palavra de Deus. Assim João iniciou o seu Evangelho: “Antes de ser criado o mundo, aquele que é a Palavra já existia. Ele estava com Deus e era Deus.” [Jo 1:1]

Quando a pessoa é batizada, ela assume como sua parte do Corpo de Cristo a responsabilidade de participar nestes três ofícios de Jesus. [Jo 14:12] Nós, como reis e rainhas, devemos reinar no mundo. Devemos trabalhar para pôr ordem neste mundo. Fazer justiça significa apenas “pôr ordem nas coisas.” Há paz somente até o ponto em que haja ordem. A vontade do Pai é que haja esta ordem entre nós:
1ª) que todos nós sejam filhos dele, que sejam submissos a ele; [Gal 3:26]
2ª) que todos nós sejam irmãos, amando e servindo uns aos outros; [Jo 13:14-15, 17:21]
3ª) que todos nós sejam senhores do mundo; que os bens do mundo sirvam para o bem de todos – no presente e no futuro. [Gen 1:28-30, Jo 3:16-17]

Esta é a ordem entre nós que Deus quer que construamos.

A pessoa batizada também assume a sua parte no sacerdócio de Jesus, pois “ele fez de nós um reino de sacerdotes para servir seu Deus e Pai.” [Rev 1:6] É nosso o dever interceder a Deus pelos outros, é nosso o dever louvar e agradecer a Deus junto com os outros. Nós somos os concelebrantes dos mistérios da nossa fé. Celebramos especialmente o Natal, a Paixão, a Páscoa e o Pentecostes. Celebramos juntos a fração do pão – a eucaristia – na santa missa. É nosso o dever celebrar a vivência da nossa Vida Nova em comunidade, como irmãos perante o Pai.

Mais, o batizado participa na missão de Jesus como profeta. É o profeta que vê os sinais dos tempos em seu redor para descobrir a vontade de Deus. A função de um profeta é escutar a voz do Espírito na voz do povo—dos pobres e marginalizados—para saber a vontade do Pai. Assim, o profeta se põe na defesa da verdade e do bem e entra com muita vontade na luta contra o mal. Ele denuncia o mal, não para derrubar o malfeitor, mas, sim, para trazê-lo ao arrependimento e conversão. Mas quando o malfeitor não quer se converter, ou quando o poderoso não quer “descer do seu trono,” o profeta pode esperar a perseguição. Vê-se isso na cabeça de João Batista no prato, nas correntes de Paulo, e na cruz de Jesus.

Quando é uma autoridade, seja o pai, um sacerdote, ou um patrão que chama a atenção sobre um erro, ele espera ser atendido logo. Mas a correção é bem mais difícil de aceitar quando ela vem de baixo, do povo, do filho, ou de um operário. Sozinho o pequeno não tem os meios de ser ouvido nem atendido. É por isso que se forma uma comissão, associação, ou sindicato para que a sua voz de profeta seja ouvida.

É difícil ser um profeta porque o seu destino é sofrimento. [Rom 12:14] A sua missão é andar contra a correnteza. Deus não poupou nem o seu próprio Filho, o Profeta, que morreu por nós.

A revisão pelo leitor:

1. O que era o batismo para os discípulos de João?
2. O que simbolizava a água para os discípulos de João?
3. Qual era a responsabilidade da comunidade cristã antiga perante o novo membro batizado?
4. O que é que a comunidade cristã espera do jovem batizado?
5. O que o jovem batizado espera como compromissos da comunidade para com ele?
6. Por que o rito do batismo se inicia com os membros da comunidade – pais e testemunhas – assinalando a cruz na testa da criança?
7. Quais são os três ofícios de Jesus que a pessoa batizada deve assumir e continuar?
8. Como você procura cumprir a sua responsibilidade de agir na missão de Jesus?

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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