Edilberto Sena 22 de setembro de 2009


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O romance do grande escritor português José Saramago, cujo titulo é – “o tratado da cegueira”, é bastante revelador da situação do cego na vida real. Há vários aspectos da vida do cego que aparecem no romance.
Um deles é, como a sociedade e o Estado tratam os cegos. A realidade é mais triste ainda do que revelada por Saramago. Quem ainda é bom de vista, muitas vezes é cego de consciência. Atitudes para com os cegos são várias, as mais comuns são a pena, a despreocupação e, no caso do Estado, a falta de respeito. Por isso, a Associação dos cegos está pressionando para que seus direitos saiam do papel e se tornem realidade. Têm eles direito de exigir respeito a seus direitos? Provavelmente todos dirão que sim. Os cegos irão dizer que são normais, sujeitos de deveres e de direitos. São portadores de necessidades especiais, mas seres humanos capazes de vida normal e criativa como outro qualquer. Quando lhes dão condições são capazes de desenvolver talentos, como o grande músico norte americano Steve Wonder e o humorista brasileiro de televisão, cujo nome foge no momento. Curiosamente, alguns direitos já foram reconhecidos e tornados leis pelas autoridades, mas não saíram do papel, continuam letra morta e por isso, os lideres da categoria social dos cegos fazem pressão, exigem respeito.
Há várias maneiras de as pessoas manifestarem o preconceito com o cego, de brincar com a situação dele de modo perverso, pelo fato de ele ou ela ter essa limitação física. A mais cruel forma de preconceito é não respeitar seus direitos.
O cego não precisa de pena, de ser tratado como coitadinho. Basta que o motorista de ônibus respeite seu direito de subir e andar no coletivo, que funcionários(as) do INSS respeites o direito do cego de regularizar sua situação previdenciária, os atendentes dos bancos respeitem o direito dos cegos de fazerem suas transações bancárias sem demora e assim por diante. Que todos(s) que tem olhos pra ver e o Estado também tratem os cegos como sujeitos de direitos que precisam ser respeitados e que o sejam. Os cegos, então, agradecem!
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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