[email protected]
http://blogdjanirasilva.blogspot.com/
É preciso que a criança que fomos nunca deixe de existir. Não é apenas os ensinamentos dos adultos que formam nossa personalidade. Na simplicidade e na inocência do que fomos, existe uma semente de sabedoria. Conversando com os animais, observando as plantas, brincando com terra e água, cavamos os alicerces de um mundo real. O amadurecimento estraga a inocência. Tornar-se adulto é abrir com ferro e fogo os caminhos para um outro mundo. Por que não sermos sempre assim, simples como os sonhos leves das traquinices de quem ainda não sabe que é traquinando que se aprende a vida. Não é nas mesas redondas, nas reuniões de cúpula, nos congressos nem no engano de palavras purgantes, escritas para fazerem efeito, que se encontra a verdade e a beleza da vida. Ela está nas pequeninas coisas.
Enquanto trabalho no computador uma formiguinha de um lado para o outro caminha dando contas de uma tarefa que, certamente. lhe foi imposta por sua comunidade. Ela tem uma vida, um destino, um propósito, e, o mais importante, faz parte de um grupo organizado onde todos trabalham, onde todos se preocupam menos consigo do que com os outros. Perco horas espiando o ir e vir de formigas e abelhas, de pássaros ocupados em construir ninhos, onde possam deixar em segurança suas crias. E nós, nós os humanos, os racionais, os cientistas e conhecedores de todos os mistérios da matéria e da vida, o que fazemos? Temos medo uns dos outros. Cada um no seu caminho, preocupado apenas com seus sonhos, sonhos que para realizar, não pensa duas vezes antes de destruir ou atropelar seus semelhantes. Infelizmente, já não confiamos no que vemos, no que percebemos menos ainda no que sentimos. Nossos sentimentos não possuem homogeneidade. Quando crescemos e deixamos de ser crianças, é como se fizéssemos vestibular para a vida. Uma vida que recebemos por empréstimo e que, logo logo nos será tomada. Alguém me diz que estou triste, amargurada, sem esperanças.
Sentimos falta de um líder que tome o pulso dessa multidão perdida.
Obs: Imagem enviada pela autora.