Os compromissos e a comunidade cristã.

Depois do Concílio Vaticano II, a Igreja voltou-se e olhou para a sua história. Ela olhou para trás e viu que tinha deixado de dar valor aos compromissos do batismo. E viu que a comunidade cristã havia desaparecido. A paróquia tomou o lugar da comunidade e, para o batismo, só restaram as duas testemunhas, os dois padrinhos. Hoje as comunidades cristãs estão vistas e estão renascidas em todos os continentes. Mas, como se poderia ligar de novo as comunidades aos compromissos do batismo?

Uma parábola

Um jovem recebe a graça de Deus para aceitar Jesus Cristo, filho de Deus, na sua vida e quer ser batizado. Um catequista ensina-lhe as verdades de religião. Agora, preparado, ele pode se apresentar ao ministro para ser batizado.
Pergunta-se:
–O jovem sabe bastante para ser batizado?
–Sim, sabe.
–Ele sabe tudo sobre a Bíblia e a religião?
–Não, não sabe tudo.
–Ele pode aprender tudo que falta sozinho?
–Não, não pode.
–Ele já está experiente na fé?
–Não, não está.
–Como pode ele saber mais e aprender a viver a sua Nova Vida?
–Com a ajuda de uma comunidade cristã.

Neste exemplo, podemos ver a importância de dois compromissos: um do jovem para com a comunidade e outro da comunidade para com o jovem. Vamos ver como são os compromissos.

A comunidade quer que o jovem renuncie ao demônio e às suas obras, que se converta e que procure viver a sua fé. Quer que ele cresça no saber das verdades que Deus revelou. Quer que ele procure pôr em prática na sua vida diária a oração particular e a oração comunitária. Isso é o compromisso que o jovem deve fazer para com a comunidade.

O jovem espera que os adultos o ajudem a aprender tudo sobre a sua Nova Vida. Quer que eles o ajudem a pôr em prática a vontade de Deus em suas decisões. Quer que eles o guiem e orientem até ele ficar bem firme na fé. Este é o compromisso que a comunidade tem que fazer para com o jovem. Infelizmente, esta é a parte mais esquecida, mais fraca, ainda hoje. A comunidade ignora as suas responsabilidades e elas foram entregues aos padrinhos — e estes logo se esquecem do compromisso. Podemos ver o triste fato de como temos falhado muito com os recém batizados.

É assim também quando se batiza uma criança? É quase igual. Há uma diferença, porém, que é clara: a criança não recebe a catequese, a instrução, antes de ser batizada. Os pais e a comunidade deverão cumprir isso aos poucos durante o crescimento dela. Para fazer jus à criança, eles terão que criá-la numa família cristã numa comunidade de amor e de oração. Assim ela vai crescer aprendendo as verdades da fé e vendo-as na prática.

Vê-se a importância para a comunidade se comprometer a ajudar a família neste trabalho. Lembra-se do velho ditado: “Precisa de uma aldeia para criar um filho.” O mesmo se aplica para criar um cristão. A comunidade cristã terá que aguardar o resto do seu compromisso, esperando até a criança crescer mais. Veremos isso de novo, mais tarde.